Saturday, December 26, 2009

Moçambique precisa de paz preventiva

Segundo Dom Jaime Gonçalves
O clérigo diz que os principais signatários estão a violar os termos do Acordo Geral de Paz, o que se traduz na instabilidade política, social e económica do país.

O arcebispo da Beira, Dom Jaime Pedro Gonçalves, disse, ontem, naquela urbe, que os moçambicanos precisam de moldar a sua paz, considerando que ela está em risco tendo em conta a falta de justiça em muitas instituições e organizações nacionais, entre elas políticas.

“Não restam duvidas que os cenários que assistimos nos últimos tempos no nosso país, com destaque para as confrontações políticas durante a campanha eleitoral, são sinónimos de que precisamos de uma paz preventiva. De uma reconciliação, passando por uma justiça igual e não tribal, étnica ou partidária. Não se pode construir uma sociedade sólida e feliz sem justiça. O que se constrói na injustiça não tem futuro”.

Dom Jaime, que falava à imprensa por ocasião do Natal, lamentou o facto de muitos concidadãos, segundo disse, estarem a transformar agendas nacionais em pessoais, étnicas, regionais ou políticas, relegando para segundo plano aquilo que foi definido nos vários Acordos de Roma, que culminaram com a assinatura da paz em Outubro de 1992.

“Assinamos o acordo de Roma e definimos vários caminhos rumo a uma democracia sã. Hoje, volvidos 17 anos, vejo com tristeza que parte daquilo que foi acordado para o bem comum dos moçambicanos está sendo violado pelos signatários dos acordos, e põe em causa a reconciliação, justiça e, por conseguinte, a paz. Portanto, precisamos de uma paz preventiva” frisou o clérigo.

Para aquele prelado, neste natal, os moçambicanos deveriam aproximar os objectivos comuns que visam o desenvolvimento do pais, tal como o “filho de Deus, Jesus Cristo, que lutou para unir os homens há mais de dois mil anos atrás, morrendo na cruz para salvar a humanidade”.

Dom Jaime lamentou, por outro lado, o facto de alguns partidos, que não citou, estarem a utilizar jovens para actos ilegais, ou seja, não recomendáveis para uma boa ordem social.

“É um perigo grave para o futuro do país. Podem ter a certeza que estes jovens, que amanhã serão seguramente adultos e nossos dirigentes, vêm hoje na injustiça uma forma de conquistar o poder e o dinheiro, daí que para eles a injustiça será o caminho certo.”

MANIFESTAÇÕES DA RENAMO

Quanto às manifestações agendadas pela Renamo, Dom Jaime negou fazer um juízo, mas adiantou que as mesmas fazem parte da vida de um partido, num país democrático como Moçambique.

“Existem leis nestes país que definem como podem ou devem ser feitas as manifestações. Não é só pelo facto de ser uma manifestação que o acto deve ser condenado. Portanto, se a Renamo seguir os critérios, acho que não cabe a mim julgar o posicionamento da Renamo. Contudo, deixo apelo para que as mesmas não prejudiquem a nação”.

Fonte: O País online

Monday, December 07, 2009

Contra a Ditadura do Medo

Canal de Opinião : por Marcolino Moco (*)

Carta de Marcolino Moco, ex-secretário-geral do MPLA e ex-primeiro-ministro de Angola, a Mateus Julião Paulo "Dino Matross", ex-ministro da segurança angolano

Maputo (Canalmoz) - Era para nos tirarem o medo dos estrangeiros e nos trazerem o vosso medo?! Eu recuso-me a tremer perante qualquer tipo de novos medos. É este o meu manifesto contra o medo e contra uma ditadura do silêncio que não aceito.

Caro Camarada Dino Matross

Após consulta à minha família nuclear e alargada, que me deu todo o apoio, e até me surpreendeu, ao declarar que eu nem devia ter ido ter consigo, mando-lhe este pequeno memorando do nosso encontro do dia 24 de Novembro, na Assembleia Nacional.
Na verdade, como deve ter sabido, a minha primeira decisão era não ter ido ter consigo, pela forma como fui abordado, como se eu fosse um desocupado, à chamada de um senhor misericordioso; e também não iria ao seu encontro por desconfiar que me iria dar lições atávicas, sobre as minhas opiniões, como cidadão e académico, em relação ao momento constituinte, que tem suscitado uma grande audiência em Luanda e no exterior, já que vocês, sem nenhum pejo, barraram todo o contraditório em relação ao interior do país, simulando uma grande generosidade em fazer participar o país na elaboração de uma Constituição que vocês já sabem qual será.
Só que com o seu cinismo, conseguiu que o camarada Faustino (Muteka) me convencesse que seria uma conversa entre camaradas que iriam trocar ideias, neste momento importante.
Aquilo foi mais degradante, não sei quantas vezes, do que o meu encontro com os camaradas João Lourenço, Paulo Jorge e Nvunda, em 2001, quando eu opinava publicamente sobre a urgência da paz. Devo reconhecer hoje, ter sido injusto com eles porque, foram certamente pessoas como o camarada Matross que os empurraram para aquele cenário, que até não foi tão triste assim, até porque bastante cordial.
Vocês não conseguem nem ter sentido de humor e um mínimo de informalismo, como a camarada Joana Lina, que quase não aceitou os meus cumprimentos, toda ela feita deusa de uma religião que eu não professo.
Pela forma arrogante como me falou não vou mais insistir nas opiniões que tentei trocar consigo, porque vi que o senhor não estava interessado em dialogar, mas apenas em tentar impor-me ideias que – diga-se, mais do que imaginava, horrorosamente atávicas.
No entanto, quero que fique bem claro que, para mim, as conclusões daquele encontro são as seguintes:
1. - Reitero, por minha livre vontade, que continuo ligado sentimentalmente ao MPLA (talvez deixe de fazer essa referência pública, e deixe de referir que vocês são meus amigos, se isso tanto vos perturba) conservando o meu respeito ao Presidente do Partido, mas sem temor (como temer um combatente na luta contra o medo colonial e não só!?). O que penso, a partir do nosso último encontro (pode ser que esteja enganado!), é que são vocês que o apoquentam com a ideia de que qualquer referência a ele, desde que seja crítica (mesmo quando positiva) é falta de respeito, é “falar mal do Chefe”, etc., etc., etc.

2. - Fica claro que como docente, conferencista e cidadão, ninguém, mas absolutamente ninguém, me obrigará a distorcer as minhas convicções científicas, a favor de ideias de um partido qualquer, por mais maioritário que seja e por mais da minha cor que seja. É aí que vocês inventam que eu falo mal do Presidente do Partido, quando as referências são feitas a um cidadão que é Chefe de Estado e especialmente na sua qualidade de Chefe de Governo, num momento importante, em que todos nós temos o dever cívico de contribuir sem medo. Para mim o tempo da vovó Xica de Valdemar Bastos: “não fala política”, já lá vai há muito tempo. Paradoxalmente, o camarada Dino Matross, foi um dos grandes obreiros desta gesta. É pena! Era para nos tirarem o medo dos estrangeiros e nos trazerem o vosso medo?! Eu recuso-me a tremer perante qualquer tipo de novos medos.

3. - Aquelas referências que fez, de forma tão sobranceira e até ameaçadora, sobre o camarada Chipenda (por quem, da lista, nutro um grande respeito), do Paulino Pinto João (degradante!) e de Jonas Savimbi (se não andasse distraído saberia que eu nunca entendi bem das suas razões) foi das coisas mais inacreditáveis na minha vida. O camarada Matross a deixar transparecer que me presto a mendigar os vossos favores ou que tenho medo de perder a vossa protecção? Ainda não se apercebeu que não?!
Neste ponto, saiba que a minha família e amigos, sobretudo os que vivem no Huambo e um pouco por todo o país, reiteraram-me o seu total e pleno apoio, no sentido de que nem que eu venha a comer raízes e ervas (que até são mais saudáveis que as comidas importadas) não irei pedir esmolas a ninguém, o que não significa dispensar os meus direitos e garantias perante as instituições competentes do Estado.

4. - Declino o convite que o camarada diz ter pedido para mim, ao Presidente do Partido, para ser convidado ao VI Congresso do MPLA. Não aceito a perspectiva chantagista, condicionante e ameaçadora que deixou transparecer do tipo: “se não for então que não se arrependa” ou “então será abandonado”.
Como costumo dizer, desde a “Queda do Muro de Berlim”, em 1989, que estou preparado, sobretudo espiritual e psicologicamente, para não viver a custa de lugares em qualquer partido. E a mensagem que passo sempre aos meus alunos – e tenho moral para isso – é esta: “preparem-se como bons profissionais, para a vida; podem aderir a partidos ou assumir cargos políticos, mas não dependam deles em nenhum sentido, porque podem ser enxovalhados, em alguma altura”.

5. - Espero nunca mais ser perturbado quando falar, nas minhas vestes de cidadão e estudioso do Direito. Se a questão é alguma comunicação social, que ainda não se vergou às vossas pressões, andar a divulgar as minhas ideias, o problema não é meu. Mandem fechar tudo o que não fale a vosso favor e deixem-me em paz.
6. - Olhem à volta e vejam como arrastam o MPLA à situação de ser o mais retrógrado dos então chamados partidos progressistas de África! Incapazes de perdoar, do fundo do coração (já nem falo da UNITA e dos chamados “ fraccionistas”) até os próprios fundadores do nosso glorioso Partido, como os irmãos e primos Pinto de Andrade; e um Viriato da Cruz, de cujo punho brotaram estrofes esplendorosas, para uma África chorosa mas em “busca da liberdade”, usando palavras de outro vate da liberdade; o Viriato da pena leve e elegante que riscou o próprio “Manifesto”, donde nasceria uma das mais notáveis siglas da humanidade; sigla que vocês vão, hoje, transmitindo às novas gerações, como o símbolo do culto e da correria atrás de enxurradas de dinheiro e de honrarias balofas!
Triste espectáculo que fingem não ver!
Com certeza, já mandaram chamar o nosso “mais novo”, o deputado Adelino de Almeida para nunca mais escrever, como escreveu aquele artigo tétrico, no “Semanário Angolense”, após o desaparecimento do malogrado, talentoso e insigne tribuno, também nosso “mais novo” o ex-deputado André Passy. Dos textos dilacerantemente irónicos do ex-deputado Januário, mas exprimindo com arte as misérias (sobretudo do foro espiritual) que estão a ser criadas neste país, provavelmente nem se importam de reparar: pois, para além de ser já um “ex” é um “mijão de calças”, mesmo aos quase 50 anos, como o camarada Matross gosta de taxar “carinhosamente” todos os jovens que despontam com ideias diferentes das vossas. Por maioria de razão, o mesmo destino (cesto de papéis!) deram, certamente, àquele pujante libelo acusatório de um jovem, a sair dos vinte anos, que me fez chorar (das poucas vezes que chorei, em vida!) onde a vossa e minha geração são postas diante de uma realidade, nua e crua, do amordaçar de sonhos e liberdades que vocês nos anunciaram a todos, mas que ele e os da sua geração só os encontram nos livros de história e no canto esperançoso dos poetas (falo do jovem Divaldo Martins, que também escreveu no “Semanário Angolense”!).

7. - E sobre todas estas coisas, não mais falarei com o camarada Dr. Dino Matross. Estou indisponível. A não ser em debate público.

Política, na verdade, diversamente do que vocês querem impor, contrariando (mesmo neste tempo de democracia pluralista), o grande Agostinho Neto, que disse não dever ser um assunto de “meia dúzia de políticos”, terá que ser, e será, inexoravelmente, uma questão fora do esoterismo a que vocês a querem submeter, em Angola.
Estou cansado das vossas chantagens e humilhações. Por enquanto, é este o meu manifesto contra o medo e contra uma ditadura do silêncio que não aceito.
Obs.: Como vocês gostam de distorcer as coisas, guardo cópia deste documento que será distribuído a meus familiares e amigos e, quem sabe, chegará aos militantes de corações abertos, que ainda não os fecharam, ante a vossa inigualável capacidade de manipulação! Quem sabe a todo o país e ao mundo, que para vós não passa dos arredores da Mutamba e da marginal da baía de Luanda?!
Sem mais
Luanda, aos 29 de Novembro de 2009
Marcolino Moco (Militante livre do MPLA)"


(*) Título da responsabilidade do CanalMoz

Fonte: CanalMoz 2009-12-07 06:07:00




Sunday, November 22, 2009

Mulheres casadas têm mais fantasias sexuais com outros homens

Atores Ben Affleck e Will Smith são os mais cotados pelas americanas, diz estudo

Depois de dizer o "sim" no altar, a imaginação feminina pode ser mais picante do que a masculina, quando o assunto é sexo. Pelo menos é o que constata um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, realizado com mais de três mil mulheres casadas dos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, após o casamento, a relação que a mulher estabelece com o sexo muda, fazendo com que ela tenha mais fantasias sexuais com outros homens.

A pesquisa mostrou ainda que os atores hollywoodianos Ben Affleck e Will Smith são considerados os casados famosos mais presentes nas fantasias sexuais das americanas avaliadas.
Durante o estudo, foram feitas perguntas para homens e mulheres sobre sexo, amor e fantasias sexuais. O questionário envolvia perguntas como: "Você tem vontade de sair com outros homens?" ou "Você se casaria com a mesma pessoa novamente?".
Os resultados dos testes revelaram que 49% das mulheres consultadas sentem vontade de transar com outros homens, sendo que 34% delas não se casaria com o mesmo homem. Enquanto os homens apresentaram-se mais recatados: 36% sentem vontade de manter relações sexuais com outras mulheres, destes, 43% já mentiram sobre traição para as esposas e apenas 15% se casariam com outras mulheres.
Outras perguntas revelaram que 76% das mulheres consultadas guardam segredos dos maridos, e ainda, que 84% gostariam de saber se o parceiro a engana com outras. Mais de um terço das mulheres ouvidas disseram que se apaixonam por outros homens de forma constante e acham isso natural.
Para os pesquisadores, o estudo indica uma mudança comportamental das mulheres em relação ao sexo e ao prazer. Segundo eles, as mulheres deixaram de associar sexo ao amor e se sentem mais livres para colocar para fora suas emoções e sentimentos, que durante décadas foram reprimidos por questões culturais.
Fonte: aqui.

Monday, November 16, 2009

Para pagar bolsas de estudo dos filhos na RAS : Ex-ministro admite ter recebido 33 mil dólares

EX-MINISTRO dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, admitiu ontem ter recebido 33 mil dólares americanos da empresa Aeroportos de Moçambique (ADM), valor que se destinaria ao pagamento de propinas dos seus filhos a cursarem na vizinha África do Sul. Munguambe disse ter recebido o valor da bolsa de estudo, em duas prestações, como fruto de um atendimento ao pedido formulado nesse sentido pela sua esposa àquela empresa.

“Como qualquer encarregado de educação, o valor foi solicitado pela minha esposa para pagar bolsas de estudo dos meus filhos. Não foi algo estranho porque foi formulado o respectivo pedido e que teve a anuência do ADM. Nada foi feito com base em tráfico de influências” – explicou o ex-ministro.

Acrescentou que, quanto ao carro de marca Audi, que também recebeu das mãos do ex-PCA do ADM, Diodino Cambaza, António Munguambe disse que lhe foi entregue para com ele se movimentar e que foi por via de empréstimo. Contudo, ao que apontou, procedeu à devolução da viatura ainda o ano passado, embora tivesse a prerrogativa de a comprar.

“Devolvi a viatura ao ADM que a tinha recebido em forma de empréstimo. No que diz respeito a casa da África do Sul, que também vem sendo falada na imprensa, devo esclarecer que tenho este imóvel muito antes de ter sido nomeado ministro. Tanto mais que o assunto não faz parte da pronúncia” – disse.

Da acusação lida ontem pelo juiz da causa, Dimas Marrôa, e no que diz respeito aos dinheiros daquela empresa, consta que o ex-ministro recebeu o valor na sua conta em tranches de oito e 25 mil dólares, respectivamente. Quem efectuou as transferências foi Antenor Pereira, ex-director financeiro da ADM, por ordens do ex-PCA, Diodino Cambaza.

Para o tribunal, Munguambe tem como atenuantes o facto de não ter antecedentes judiciais conhecidos, bem como pelo facto de ter devolvido o carro, assim que começou a ser ouvido. Contudo, agrava a sua situação o facto de ter recebido o referido montante, mesmo sabendo que os seus filhos não eram elegíveis para este benefício.

Para a pronúncia do tribunal, o ex-PCA Cambaza agrava a sua situação por ter alterado, o valor do rancho mensal para a sua casa sem anuência dos seus superiores ou dos restantes colegas do CA. Ele tinha direito a gastar 30 mil meticais em comida e 10 mil em bebidas, mas, mudou tudo e passou a gastar quase o dobro deste valor.

Para as casas de mobílias por ele solicitadas a apetrechar as suas residências, a pronúncia refere que Cambaza desembolsou, a partir dos cofres da empresa, mais de dois milhões de meticais. Ainda dos cofres do ADM, ele é apontado como tendo retirado cinco milhões de meticais supostamente para custear despesas na Escola do Partido Frelimo na Matola, e outros 400 mil desembolsados para a mesma entidade, mas para apoiar a reabilitação de um pavilhão e a realização de um determinado evento no bairro de Zixaxa. Terá autorizado ainda a retirada da empresa de 62 mil dólares para a compra de uma casa a fim de oferecê-la a um jardineiro de sua confiança.

O juiz manteve a situação prisional dos réus e salientou que António Munguambe e António Bulande, únicos réus não presos, não podem se ausentar da cidade sem a devida autorização judicial. Da pronúncia, consta que todos os réus agiram livre e deliberadamente com o intuito de se apoderar dos bens da empresa.


Diodino CambazaREGRAS DE JOGO

Maputo, Terça-Feira, 17 de Novembro de 2009:: Notícias
Antes do início do julgamento, o juiz Dimas Marrôa traçou algumas regras de jogo, tendo recomendado aos advogados que a descoberta da verdade material tem que ser produzida dentro da lei, e não agindo somente para cumprir papéis ou fingir que estão a demonstrar trabalho aos seus clientes. Para ele, quanto mais os advogados evitarem a devagar em assuntos que nada têm a ver com a matéria em julgamento, melhor será para o bem do julgamento que deixará de se arrastar por muito mais tempo.

Aliás, o advogado de Diodino Cambaza, Vasconcelos Porto, embora tivesse sido advertido, devagou em assuntos que consumiram praticamente toda a manhã de ontem, apresentando cinco requerimentos que prontamente foram chumbados pelo juiz. Um dos requerimentos tinha a ver com a não audição de Hermenegildo Mavale, pessoa que em tempo fez parte do Conselho de Administração e que, ao que tudo consta, foi um dos quatro denunciantes do desfalque. O juiz negou o pedido de Porto e manteve a ida dele ao tribunal, fazendo recordar que muita coisa que veio a superfície foi graças ao contributo do indivíduo que agora o representante de Cambaza teme pela sua presença em tribunal.

Vasconcelos Porto ainda tentou atacar a Imprensa sobre a notícia que já vinha sendo veiculada sobre o local do julgamento. Questionou como é que a Imprensa (Notícias foi o primeiro órgão que avançou com o local do julgamento) teve o acesso à referida informação quando ele ainda não a tinha.

O juiz respondeu dizendo que os jornalistas são livres de fazer o seu papel, têm as suas fontes e à medida da sua agressividade, realizam o seu papel de informar ao público. Aliás, o juiz reconheceu ser muito difícil trabalhar com este advogado, pois, por várias vezes, “queima” tempo das sessões, interrompendo, sistematicamente, e sem motivo aparente, ao juiz da causa.

Marrôa não gostou de ter sido, mais uma vez, interrompido, acabando por orientar ao advogado para que ditasse pessoalmente para a acta os seus requerimentos. Ontem, ficou provado isso, quando cerca das 9.30, altura em que iniciou a sessão, até pouco depois das 11 horas o juiz apenas estava a atender ao advogado Vasconcelos Porto, e só depois disso é que foi lida a acusação do MP e o despacho de pronúncia do juiz.

MEMBROS DO CA SOB INVESTIGAÇÃO

O juiz Dimas Marrôa ordenou a extracção de cópias da parte final do despacho de pronúncia, com vista a se dar seguimento às investigações aos restantes membros do antigo Conselho de Administração do ADM. Os mesmos são, também, suspeitos de desvio de fundos e bens do Estado.

A extracção de cópias visa dar o devido seguimento criminal por parte do Ministério Público, que já está a trabalhar no assunto.

Por outro lado, o MP fez saber que não tem nenhuma testemunha para este processo, mostrando-se satisfeito com os factos encontrados e constantes dos autos. Ao todo, segundo o seu representante, foram ouvidas mais de 20 pessoas, na sua maioria funcionários do ADM, que forneceram informações que grandemente deram origem ao processo.

Fonte: Jornal Notícias (17.11.2009)

Friday, October 23, 2009

Sunday, October 11, 2009

MDM vai apresentar queixa crime à PGR

O Movimento Democrático de Moçambique diz que vai, nos próximos dias, apresentar uma queixa crime à Procuradoria Geral da República pelo que considera ter sido o extravio deliberado de documentação que terá levado á sua controversa exclusão da maioria dos círculos eleitorais nas legislativas deste mês. No centro das suas acusações está a Comissão Nacional de Eleições que, entretanto, rejeita vigorosamente as alegações daquela formação política, num caso que chegou mesmo agitar a comunidade internacional.

O Movimento Democrático de Moçambique diz que não é um assunto encerrado, pouco mais de uma semana depois do Conselho Constitucional ter chumbado um recurso por si apresentado contra a sua exclusão de nove dos treze círculos eleitorais que estarão em disputa nas legislativas de 28 de Outubro corrente.

A decisão foi tomada, recorde-se, pela Comissão Nacional de Eleições devido ao que afirma ser irregularidades processuais, à semelhança de várias outras formações políticas parcial ou totalmente excluídas das mesmas eleições. José Manuel de Sousa, mandatário do MDM, falando à BBC via telefone, informou que Estamos a organizar um expediente que vamos remeter à Procuradoria Geral para investigar o que terá acontecido com a documentação desaparecida/ extraviada pela CNE.

É evidente que os processos foram extraviados. Como é possível notificar alguém para trazer o registo criminal para depois dizer que esse indivíduo não tem processo? Sousa acusa ainda os vogais da CNE nomeados pela Frelimo e pela Renamo de se terem unido contra o MDM. Acusações como esta têm, todavia, sido vigorosamente desmentidas pela Comissão Nacional de Eleições.

Numa entrevista ao matutino ‘Notícias’, por exemplo, o Presidente daquele órgão eleitoral faz uma apreciação algo exaustiva do caso e sublinha que nunca agimos com intenção de prejudicar fosse quem fosse. João Leopoldo da Costa refere-se, ainda, às dificuldades de diálogo com o Movimento Democrático de Moçambique, que alguns vêm como potencialmente o maior adversário dos tradicionais “pesos pesados” da política moçambicana, a Frelimo e a Renamo.

Fonte: WamphulaFax, in @VERDADE

Wednesday, September 23, 2009

Embaixadores reuniram com o Presidente da Comissão Nacional de Eleições

Embaixadores africanos e de outros quadrantes do mundo, acreditados em Moçambique, reuniram-se hoje com o Presidente da Comissão Nacional de Eleições, João Leopoldo da Costa.

O encontro, segundo fontes da TVM, realiza-se a pedido do referido grupo de diplomatas, indignados com o que consideram ingerência grosseira dos chamados parceiros de apoio programático, vulgo G-19 no processo eleitoral moçambicano.

TVM

Fonte: Notícias Sapo

Nota: E essa reunião deixa de ser uma ingerência grosseira aos assuntos mocambicanos?

Tuesday, September 01, 2009

Na Zambézia: MDM instala bases - segundo Margarido Abrantes, delegado político provincial do partido

O DELEGADO político do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na Zambézia, Margarido Abrantes, afirmou que o partido está implantado até a nível dos postos administrativos e localidades daquela região do país, contando neste momento com um total de 75 mil membros, dos quais se destacam líderes das comunidades, membros de organizações sócio-profissionais, entre outros.

Segundo explicou, não se pode e nem se deve forçar pessoas a se filiarem numa organização partidária quando não se identificam com os valores e ideais desse partido.

Abrantes elucidou igualmente que a aderência ao Movimento Democrático de Moçambique, no círculo eleitoral da Zambézia, de forma particular, e do país, em geral, reflecte a visão que o partido tem sobre o futuro governativo de Moçambique e do intenso trabalho de mobilização feito junto às bases de apoio.

Em declarações ao “Notícias”, o delegado político do MDM na Zambézia disse que neste momento a prioridade da agremiação é preparar todas as condições visando uma participação vitoriosa nas eleições gerais e provinciais de Outubro. Para tal, deu a conhecer que os membros do partido estão a ser capacitados em matérias eleitorais por forma a assegurar um melhor controlo e fiscalização da votação.

Disse que o MDM é neste momento a última esperança de governação que resta para os moçambicanos, uma vez que tanto a Frelimo quanto a Renamo nunca concretizaram os seus manifestos eleitorais mesmo depois de 34 anos de governação do partido no poder. A fonte acusou o partido maioritário de dividir os moçambicanos através de oportunidades desiguais no acesso ao financiamento para desenvolver negócios.

“O MDM é a solução para reduzir a pobreza, porque coloca o Homem no centro de todas as atenções. Nós defendemos um Moçambique para todos, o que está a acontecer agora por causa da má governação da Frelimo é que a riqueza não é partilhada por todos”, frisou.

Acusou também a Renamo de não ter conseguido devolver a esperança ao povo, “e nada se pode esperar dela por falta de seriedade da sua liderança”.

De acordo com o entrevistado, o combate à pobreza absoluta só pode ser efectivo se não houver diferenças de desenvolvimento socioeconómico entre as regiões. Observou que os recursos naturais, como madeira que quando processada localmente pode oferecer emprego a milhares de cidadãos nacionais, está a ser exportada em toros violando a legislação, perante a complacências do Governo.

Fonte: Jornal Notícias

Sunday, August 16, 2009

Proponentes de candidatura excluídos no processamento de fichas

Maior parte das assinaturas dos proponentes de candidaturas às presidenciais de 28 de Outubro próximo foi excluída do processamento informático, o que ditou a reprovação de seis dos nove candidatos inscritos no Conselho Constitucional (CC).

Segundo um acórdão do CC, tornado público na última sexta-feira, confirma-se que todos os candidatos entregaram fichas contendo no mínimo dez mil assinaturas de proponentes conforme estabelece a Constituição da República.

Entretanto, durante o processamento informático alguns proponentes foram excluídos, e mesmo dos que foram processados, alguns foram invalidados, acentuando a insuficiência de proponentes para determinadas candidaturas.

Eis a lista das candidaturas contendo o número de proponentes excluídos do processamento, validados e invalidados:

1. Armando Guebuza (Frelimo):
Entregues: 20.665 assinaturas de proponentes.
Excluídas do processamento informático: 665 (por excesso)
Processadas: 20 mil
Válidas: 14.898
Invalidas: 5.102

2. Daviz Simango (Movimento Democrático de Mooçambique –MDM)
Entregues: 16.730 assinaturas de proponentes
Excluídas do processamento informático: 0
Processadas: na totalidade.
Válidas: 12.383
Inválidas: 4.347

3. Afonso Dhlakama (Renamo)
Entregues: 19.890 assinaturas de proponentes, contra as 20 mil declaradas.
Excluídas do processamento informático: 0
Processadas: 19.890
Válidas: 10.246
Inválidas: 9.644

4. Jacob Sibindy (Partido Independente de Moçambique - PIMO)
Entregues: 12.610 assinaturas de proponentes
Excluídas do Processamento informático: 0
Processadas: na totalidade
Válidas: 6.235
Inválidas: 6.375

5. Raul Domingos (Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento - PDD)
Entregues: 15.900 assinaturas de proponentes
Excluídas do processamento informático: 5.948
Processadas: 10.062
Válidas: 5.171
Inválidas: 4.891

6. Khalid Sidat (Aliança Independente de Moçambique - ALIMO)
Entregues: 13.210 assinaturas de proponentes
Excluídas do processamento informático: 11.549
Processadas: 1.661
Válidas: 868
Inválidas: 793

7. Leonardo Cumbe (Partido Unido de Moçambique da Liberdade Democrática - PUMILD)
Entregues: 14 mil assinaturas de proponentes
Excluídas do processamento informático: 13.085
Processadas: 917
Válidas: 227
Inválidas: 690

8. Artur Jaquene (Coligação União Eleitoral: UE)
Entregues: 14 mil assinaturas
Excluídas do processamento informático: 11.371
Processados: 2.629
Válidas: 924
Inválidas: 1.705

9. José Ricardo Viana (União dos Democratas de Moçambique - UDM)
Entregues: 12 mil assinaturas de proponentes
Excluídas do processamento informático: 11.970
Processadas: 30
Válidas: 11
Inválidas: 19

Assim, o CC admitiu as candidaturas de Armando Guebuza, Daviz Simango e Afonso Dhlakama ao cargo de Presidente da República, por preencherem os requisitos constitucionais e legais.

Ao mesmo tempo, o CC rejeitou as candidaturas de Jacob Sibindy, Khalid Sidar, Raul Domingos, Leonardo Cumbe, Artur Jaquene e Ricardo Viana por inelegibilidade decorrente de insuficiência de proponentes.

De salientar que esta é a segunda vez que a candidatura de Jacob Sibindy às presidenciais é rejeitada. Em 1999 a proposta do presidente do PIMO foi chumbada por não cumprir com os requisitos exigidos por lei.

Enquanto isso, esta seria a segunda vez que Raul Domingos iria concorrer às presidenciais, depois de 2004.

Raul Domingos foi um membro sénior da Renamo e, após ter sido expulso daquela formação política, decidiu criar um partido e concorrer ao cargo de Presidente da República.

Em relação aos restantes quatro cidadãos, cuja candidatura foi rejeitada pelo CC, esta constitui a primeira “aventura” às eleições presidenciais.

Todos os proponentes excluídos, com excepção daqueles que sustentavam a candidatura de Armando Guebuza, bem como os invalidados são resultado de vícios detectados durante a apreciação da sua validade.

As fichas dos proponentes de candidaturas apresentavam vícios relacionados com: repetição de nomes de proponentes na mesma ficha ou em fichas diferentes, diferentes nomes de proponentes, mas com o mesmo número de inscrições no recenseamento eleitoral, fichas com número de inscrição no recenseamento sem os respectivos nomes de proponentes, ilegibilidade dos números de inscrição, o mau preenchimento ou números de inscrição incompletos e números de inscrição inválidos.

Por outro lado, registaram-se fichas preenchidas e depois reproduzidas por fotocópias, mas com reconhecimento de assinaturas do notário, fichas com manchas de tintas no lugar de impressão digital, impressões digitais opostas com o mesmo dedo em várias ou na mesma ficha, fichas com nome de proponente diferente do nome que aparece no espaço da assinatura e mesmo nome em inúmeras fichas ora com assinatura, ora com impressão digital ou ainda com a indicação de que não sabe assinar, constam dos vícios.

Para o CC estes vícios não podem ser considerados irregularidades processuais, daí que pela sua natureza são insupríveis.

“…O CC decidiu não notificar os candidatos por elas abrangidos para o seu suprimento, porque tal procedimento revelou-se desde logo inútil, considerando que não permitiria a alteração da situação de insuficiência do número de proponentes, constitucionalmente exigido, em que se encontram os mesmos candidatos, em virtude da declaração de invalidade das propostas da maioria dos respectivos proponentes por vícios de fundo ou de substancia”, explica o acórdão.

Fonte: O País online

Tuesday, July 21, 2009

Sofala: Secretários exigem suborno para aprovar fundos

16/07/09

Alguns secretários dos bairros do distrito de Cheringoma, província de Sofala, Centro de Moçambique, são acusados de cobrar valores monetários às populações como condição para estas terem acesso ao Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (FIIL).

Estes casos ilícitos foram denunciados pela população de Cheringoma, durante um comício popular orientado pelo governador de Sofala, Alberto Vaquina.

O FIIL, mais conhecido por fundo dos sete milhões de meticais, é alocado anualmente, desde 2006, a cada um dos 128 distritos do país. Mas até agora grande parte dos gestores deste dinheiro (integrados nos Conselhos Consultivos) ainda cometem erros na sua aplicação. Por seu turno, muitos beneficiários não conseguem devolver o dinheiro emprestado para que o mesmo beneficie a outros cidadãos.

Em Cheringoma, por exemplo, os secretários de bairro só aprovam os fundos apenas a favor dos seus familiares e amigos, em prejuízo de cidadãos que apresentam projectos elegíveis, segundo acusa Lúcio Patrício, residente de Cheringoma e que é citado pelo “Noticias”.

“Eu, todos os anos, elaboro o meu projecto e ajudo os meus amigos também a desenhá-los, mas nenhum desses projectos é aprovado porque sempre me recusei a subornar os secretários. Os meus amigos que aceitaram suborná-los já beneficiaram do fundo”, explicou ele.

Igual reclamação foi também expressa por Maria Angelo, também residente em Cheringoma, que disse ter sido lesada por causa de pessoas que exigem subornos para que os seus projectos sejam submetidos ao Conselho Consultivo Distrital e posteriormente aprovados.

“Eu sou um exemplo claro disso. Elaborei um projecto de instalação de uma moageira, mas o secretário do bairro onde resido disse que pretendia ter uma margem do valor que pedi. Eu não aceitei esta burla, porque sabia que o valor que receberia tinha que o reembolsar sozinha”, frisou.

Em reacção, Vaquina prometeu investigar estes casos, mas adiantou que os projectos podem também ser submetidos aos líderes comunitários caso a população questione a seriedade dos secretários de bairro.

“Quem aprova os projectos são os membros do Conselho Consultivo Distrital e não os secretários de bairro. Sei que eles têm uma quota-parte no encaminhamento dos projectos para a sua deliberação”, disse Vaquina.(AIM)

Fonte: Rádio Mocambique

Sunday, July 12, 2009

Campanha eleitoral: Membro da Frelimo deve abster-se da violência - apela Luísa Diogo, membro da Comissão Política

A MEMBRO da Comissão Política da Frelimo Luísa Diogo, apelou aos membros, militantes e simpatizantes do seu partido na Zambézia para se absterem de todas e quaisquer formas de manifestações de violência durante a campanha eleitoral para as quartas eleições gerais e primeiras para as assembleias provinciais.

Explicou, a-propósito, que o partido no poder sempre pautou por uma cultura de paz e respeito pelas diferenças e liberdade de pensamento, “pelo que este espírito já demonstrado deverá permanecer intacto no seio da Frelimo para mostrarmos como se pode viver em democracia”.

Segundo Luísa Diogo, que falava nos encontros que orientou em Mocuba e Lugela com os membros, militantes e a população em geral, o momento que se aproxima é extremamente delicado e a Frelimo deve estar preparada para se abster da violência eleitoral, tendo apelado para que a campanha seja transformada num momento de festa.

No contexto da preparação das eleições gerais e para as assembleias provinciais de Outubro próximo, a Frelimo já elegeu os 65 candidatos a deputados do Parlamento. Daquele número, 20 são suplentes e as eleições decorreram num ambiente de disputa renhida a nível interno.

De acordo com Luísa Diogo, a máquina eleitoral na Zambézia está a carburar por forma a conquistar a vitória eleitoral nas eleições. “A Frelimo continua a trabalhar para garantir a sua vitória nas eleições. A nossa campanha eleitoral está a ser feita através dos empreendimentos socioeconómicos que estamos a erguer. Para nós essa é a melhor campanha eleitoral”.

O movimento de preparação das eleições por parte do partido Frelimo já está a ganhar corpo em quase todos distritos da Zambézia. Os membros do Comité Provincial e Central estão a desdobrar-se para a revitalização contínua das células e a mobilizar os cidadãos para a compreenderem a necessidade de ter um partido que quando promete cumpre.

Entretanto, Luísa Diogo afirmou há dias em Quelimane que nenhum funcionário do Estado deve ser obrigado a pagar quotas para o partido no poder. É que alguns funcionários públicos nos distritos de Inhassunge, Pebane, Ile, Gilé, Gúruè e Alto Molócuè denunciaram que estariam a ser alegadamente forçados a pagar quotas ao partido através de um desconto nos seus salários.

“É uma contribuição voluntária e ninguém deve ser obrigado”, esclareceu.

Fonte: Notícias

Marromeu: População queixa-se da inoperância do município

A POPULAÇÃO da vila-Sede de Marromeu queixou-se há dias ao governador Alberto Vaquina das dificuldades que o Conselho Municipal enfrenta para a solução dos problemas que afectam aquela autarquia. Dentre os problemas consta o fecalismo a céu aberto e a demora na remoção do lixo.

Verónica Bernardo, residente naquela autarquia, disse que o mercado municipal é o local onde ocorre com frequência o fecalismo a céu aberto assim como assaltos à mão armado, particularmente na calada da noite. A mesma ideia foi reforçada por Rosa Semanha, que afirmou ter sido vítima deste tipo de assaltos.

“O nosso Conselho Municipal não está a funcionar. Agora é frequente ver na cidade resíduos sólidos por muito tempo. Os comerciantes do mercado são os responsáveis pela existência de tanta lixeira naquele local. Eles aproveitam-se da situação para aumentarem os preços sem que tenham alguém para intervir” – disse.

Outra interveniente foi Maria Chamaba, que disse que naquela autarquia está cada vez mais difícil andar à noite por causa de “homens catana”. Segundo disse, há uma quadrilha que “opera” nas noites, situação que é de conhecimento de Conselho Municipal.

“Já fiz chegar este caso ao presidente local, mas até agora o problema ainda não foi resolvido. Os bandidos continuam a assaltar casas com recurso a catanas. Eu pago imposto para ver os meus problemas solucionados, mas os agentes da Polícia Municipal não garantem tranquilidade pública”, afirmou.

Chamado a intervir, o governador Alberto Vaquina disse que a situação de fecalismo a céu aberto era bastante preocupante para o seu Executivo. Disse que os munícipes tinham que se reunir para encontrarem soluções para os problemas que os apoquentam.

“Para resolver o caso de fecalismo a céu aberto é necessário que as comunidades se reúnam e tracem estratégias para estancar este problema. As pessoas que fazem necessidades fora do lugar apropriado são nossos familiares e sendo assim, é fácil descobrirmo-los e denunciá-los”- disse Alberto Vaquina, acrescentando que a mesma posição deve ser tomada com relação aos criminosos.

LUCAS PETROCE

Notícias

Friday, July 10, 2009

Há malabarismos na recolha de assinaturas no partido Frelimo

A Renamo exibiu uma ficha de proponentes para a recandidatura do presidente da República, Armando Guebuza, reconhecida pelo Registo Civil de

Alto-Molócuè, mas sem nomes dos apoiantes da candidatura

A Renamo acusa a Frelimo de usar processos frau­dulentos na recolha de assinaturas para apoiar a recan­didatura do actual presidente da República, Armado Guebuza, nas eleições de 28 de Outubro próximo.

O esquema foi ontem des­mantelado pelo Gabinete Elei­toral da Renamo, em Maputo, mediante a apresentação de uma ficha de proponentes, onde figura o rosto de Arman­do Guebuza, reconhecida pela Conservatória do Registo Civil de Alto-Molócuè, na província da Zambézia.

Ficha de proponentes

A ficha em apreço, com es­paço para 10 assinaturas, está completamente em branco, mas assinada e carimbada com a estampilha da conservatória já aludida, acto que torna o do­cumento formal, apesar de não possuir conteúdo.

Assinaturas são feitas no gabinete

A “perdiz” entende que com esta atitude, o partido Frelimo consegue facilmenete angariar as assinaturas, pois basta só ter os documentos assinados e carimbados para, em seguida, sentar-se no gabinete e preen­cher a ficha com assinaturas di­versificadas, ainda que seja de pessoas sem idade eleitoral.

Fichas de candidaturas reconhecidas antes de serem assinadas

As referidas fichas de propo­nentes, segundo a Renamo, são estratégias dos militantes e sim­patizantes do partido no poder que visam, desde o início, for­jar o sucesso do actual estadista moçambicano e assegurar a sua recandidatura.

De acordo com o mandatá­rio-chefe do partido Renamo para as eleições deste ano, Saimone Macuiane, o partido Frelimo conseguiu, aquando da submissão da candidatura de Armando Guebuza às elei­ções presidenciais ao Conselho Constitucional, colectar um número de assinaturas acima do exigido pela lei, graças a es­tes processos fraudulentos, que caracterizam o “batuque e ma­çaroca”. “A Frelimo diz sempre que a Renamo viola a lei quan­do, na verdade, ela é que viola quase sempre de forma delibe­rada”, disse Macuiane.

“Reduzimos a Renamo à sua própria insignificância”

Reagindo sobre as acusa­ções renamistas, o porta-voz da Frelimo, Edson Macuá­cua, disse que as mesmas “são infundadas e desprovidas de qualquer mérito. e, é preciso reduzirmos à insignificância da própria Renamo”. Ainda em tom típico, Macuácua disse que a Renamo está a enfrentar problemas na reco­lha de assinaturas e está com inveja do líder da Frelimo. “Este discurso não passa de um disco já gasto, que já não toca e que ninguém dança e só engana os descuidados”, rematou o porta-voz


Fonte: O País online

Wednesday, July 08, 2009

STAE reconhece problemas na actualização do recensemento

O director-geral do STAE, Felisberto Nai­fe, disse, ontem, ao “O País”, que o processo de actualização do recenseamen­to eleitoral está a enfrentar con­strangimentos

em virtude das constantes avarias das máqui­nas utilizadas no processo, co­nhecidas por Mobile ID. Apesar desses constrangimentos, Naife garantiu que o processo está a decorrer dentro daquilo que foi planificado e que as metas serão alcançadas.

As declarações de Naife sur­gem na sequências das acusa­ções proferidas pelo director do Gabinete eleitoral da Renamo, Luís Goveia, segundo as quais o STAE estava a protagonizar actos de sabotagem do recense­amento, com especial enfoque para as províncias de Nampula e Zambézia, onde a Renamo alega gozar de grande aceita­ção por parte dos eleitores.

“Estamos a substituir as máquinas”

Em contacto com “O País”, Naife negou que aquele órgão estivesse envolvido em actos de sabotagem do recenseamento eleitoral. “Neste momento, es­tamos a desencadear medidas tendentes à substituição de ba­terias de algumas máquinas. É preciso deixar claro que estas máquinas estão em actividade há três anos, portanto, foram utilizadas para o recenseamen­to eleitoral de raiz em 2007, voltaram a ser usadas na actu­alização do recenseamento em 2008 e, neste momento, estão a ser utilizadas neste processo de actualização”.

Num outro desenvolvimento, Naife fez saber que por causa do avançado estado de avaria, algumas máquinas que o STAE contava usar acabaram sendo postas de lado. “30 por cento destas máquinas estão fora do uso. Estes problemas só foram detectados quando o processo de actualizção estava já em cur­so. Com relação às que apre­sentam algumas deficiências, devo dizer que já iniciámos o processo de substituição dos acessórios. A título de exem­plo, já enviámos 100 baterias para Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, e a nível local esta­mos a adquirir geradores para o reforço da capacidade. Ainda esta semana, vamos reforçar baterias em todas as províncias. Ao conceder-se um período de 45 dias para o recenseamento, estávamos a contar com alguns problemas”.

No que se refere às alegações da Renamo, Felisberto Naife disse que o órgão que dirige ainda não havia recebido qual­quer reclamação oficial por parte daquele partido. “Eu, como director-geral do STAE, ainda não recebi qualquer queixa. Contrariamente a es­sas declarações, nós preferimos desencadear acções no terreno para ultrapassarmos os contra­tempos”.

Naife convidou os partidos a colaborar: “A lei prevê que to­dos o partidos têm o dever e a possibilidade de colaborar. As preocupações dos partidos polí­ticos são nossas também”.

Metas serão atingidas

O Secretáriado Técnico de Administração Eleitoral prevê recensear este ano cerca de 483 mil cidadãos em idade eleitoral. De acordo com Naife, dados das primeiras duas semanas indica­vam que haviam sido recensea­dos 25 por cento da meta previs­ta, o que corresponde a cerca de 120 mil eleitores.

Para Naife, aqueles resulta­dos eram encorajadores, ra­zão pela qual, no seu ponto de vista, não haviam razões para alarme, pois “as metas serão cumpridas”.

Fonte: O País online

Actualização do censo eleitoral : Não há embaraços de material nos postos - segundo Juvenal Bucuane, vogal da CNE, que ontem supervisionou o processo

NÃO há constrangimentos de material nos postos de actualização do recenseamento eleitoral na cidade de Maputo, nomeadamente no que diz respeito ao funcionamento dos computadores e digitação, segundo constatou ontem Juvenal Bucuane, vogal da Comissão Nacional de Eleições (CNE), na visita de supervisão que efectuou à capital do país.

Juvenal Bucuane está a cumprir, desde ontem, uma jornada de trabalho de supervisão aos postos de actualização do recenseamento eleitoral, na sua qualidade de vogal afecto à cidade de Maputo. Segundo revelou à imprensa, o objectivo da supervisão, que o levará a escalar todos os distritos municipais, incluindo Catembe e Inhaca, é constatar o grau de funcionalidade das brigadas desde que iniciou o processo a 15 de Junho último.

Ontem, aquele vogal da Comissão Nacional de Eleições escalou os distritos municipais números-1 e 2, tendo visitado um total de 10 postos de actualização. Num encontro balanço sobre as visitas efectuadas, Juvenal Bucuane afirmou que a constatação feita é que os postos não têm problemas de funcionamento nem constrangimentos de ordem material. Está tudo a decorrer conforme, embora no princípio alguns postos tenham registado problemas de ordem técnica, relacionados com o manuseamento dos computadores.

“O grande constrangimento neste momento é o eleitorado que não aparece aos postos e não questões técnicas. Mas, como sabemos, tem sido hábito as pessoas deixarem tudo para o fim. Os números que as comissões distritais nos avançaram são animadores e nos levam a concluir que as projecções serão alcançadas”, disse.

Juvenal Bucuane lamentou, no entanto, o facto de em alguns postos por ele visitados tenha constatado a presença de um só fiscal, representando determinado partido político. Segundo o vogal da CNE, os partidos políticos devem acompanhar, através dos seus fiscais, o trabalho que está a ser levado a cabo no terreno pelos brigadistas, para poderem veicular informações credíveis. Afirmou que, pela primeira vez, o recenseamento eleitoral está sendo acompanhado por observadores internacionais previamente credenciados pela CNE.

Apelou, entretanto, aos vogais afectos aos distritos municipais para que trabalhem unidos e esqueçam as diferenças político-partidárias no exercício das suas funções. Disse que todos realizam um trabalho rumo ao sucesso do processo eleitoral em Moçambique.

“O nosso trabalho pode parecer insignificante mas não, porque estamos a realizá-lo para o conforto do povo”, disse, acrescentando que a indicação dos vogais pelos partidos ou o exercício da actividade destes obedece à lei.

Juvenal Bucuane afirmou que a informação que é veiculada pelos vogais ou fiscais aos seus respectivos partidos deve ser real, reflectindo o que, efectivamente, se está a passar no terreno. Observou que qualquer erro é humano, pelo que não se pode diabolizar os brigadistas pelas falhas que possam cometer.

“Não podemos acreditar que os jovens que estão nos postos de recenseamento não estejam a se entregar com afinco para o cumprimento da sua missão. Não procuremos ambiente de descrédito onde não existe”, disse.

Um relatório apresentado na circunstância ao vogal da CNE no distrito municipal número-2 indica, entre outros aspectos, que até ao presente momento foram registados 1669 homens e 782 mulheres como novas inscrições, totalizando 2451 eleitores.

Fonte: Notícias

Friday, June 26, 2009

EUA: Governador admite adultério

O GOVERNADOR do estado norte-americano da Carolina do Sul, Mark Sanford, admitiu quinta-feira ter tido um caso extraconjugal com uma mulher na Argentina, uma revelação que poderá ter comprometido as suas hipóteses de entrar na corrida à nomeação do próximo candidato republicano à Casa Branca, segundo a Imprensa norte-americana.

Mark Sanford, 49 anos, não foi visto durante alguns dias na semana passada e não informou ninguém do seu paradeiro. Na segunda-feira, o seu gabinete declarou que o governador tinha ido percorrer o Appalachian Trail, um percurso pedestre famoso que atravessa a cordilheira dos Apalaches, no leste dos Estados Unidos. Mas a mulher do governador, Jenny, de 46 anos, disse que não sabia onde é que o seu marido se encontrava. Na quarta-feira, o político republicano assumiu que tinha estado na Argentina para se encontrar com uma mulher com quem tem uma relação extraconjugal há um ano.

“O que eu fiz foi errado. Ponto final. Fim da história”, disse Sanford aos jornalistas, na capital estadual. Não anunciou se irá ou não deixar o cargo que ocupa desde 2003 – foi reeleito em 2006 -, revelando apenas ter abandonado a Associação dos Governadores Republicanos. Jenny Sanford, que não assistiu à conferência de Imprensa do marido, anunciou em comunicado que o casal, que tem quatro filhos, está a separar-se.

Mark Sanford tornou-se conhecido a nível nacional quando criticou o plano de estímulo à economia da administração Obama, posicionando-se na corrida à nomeação do candidato presidencial republicano às eleições de 2012. O escândalo deverá ter acabado com as suas hipóteses de entrar nessa corrida e surge uma semana depois de outro pré-candidato, o senador do Nevada, John Ensign, ter também admitido um envolvimento extraconjugal.

“Circunstâncias pessoais verificadas na última semana encolheram em 30 por cento a primeira linha dos possíveis candidatos republicanos para 2012”, disse Phil Musser, um antigo director executivo da Associação de Governadores Republicanos.

Mas Sanford não foi apenas afectado por causa deste caso – que era conhecido da família há cinco meses e sobre o qual já tinham sido publicados rumores – mas também por ter desaparecido durante alguns dias, deixando ao abandono a cadeira do governador.

Existem também dúvidas sobre se Sanford teria assumido publicamente o romance se não tivesse se cruzado acidentalmente com um jornalista no aeroporto de Atlanta, quando regressava de Buenos Aires.

Fonte: Notícias

Monday, June 22, 2009

Fome matou mais de 100 pessoas no último ano

Moçambique tem populações que vivem em estado de fome crónica, situação que entre Março de 2008 e o mês homólogo deste ano causou a morte a 103 pessoas, segundo dados do Ministério da Agricultura.

Moçambique é dos países lusófonos mais afectados pela fome. A segurança alimentar e energética será discutida na quinta-feira na conferência “Cooperação num Quadro Internacional de Desafio Energético e Alimentar”, uma iniciativa do Conselho Empresarial da CPLP (CE-CPLP), da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e Cooperação (ELO) e do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT).

Dados recentes do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) moçambicano indicam que 450 mil pessoas passam actualmente por uma situação de carência alimentar no país.

“Esta situação de carência alimentar já provocou 103 óbitos” de Março do ano passado a Março deste ano, disse o director-adjunto dos Serviços Agrários do Ministério da Agricultura, Marcelo Chissaque, durante uma reunião do conselho consultivo do SETSAN.

Para a sua sobrevivência, as 450 mil pessoas dependem de apoio alimentar, que está a ser coordenado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e pelo Ministério da Agricultura.

A situação de fome em Moçambique é mais crítica nas províncias de Tete e Zambézia, centro do país, Nampula, norte, bem como Gaza e Maputo, sul.

“Uma das razões desta insegurança é a falta de reservas alimentares. Algumas famílias chegam a passar quatro a cinco meses sem reservas alimentares”, afirmou o director-adjunto do Ministério da Agricultura.

A seca prolongada e as cheias cíclicas estão também entre as principais causas da insegurança alimentar crónica em Moçambique.

Devido à gravidade da situação de fome, o Governo moçambicano pondera a atribuição de um subsídio às famílias para a compra de alimentos nos locais onde haja disponibilidade de géneros alimentícios, acrescentou Marcelo Chissaque.

Este subsídio visa mitigar o impacto dos elevados preços dos produtos alimentares. Em certos casos, os preços desses produtos subiram 150 por cento desde Março de 2008, indicou o director-adjunto dos Serviços Agrários do Ministério da Agricultura.

Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indicam que, só em África, vivem 24 milhões de pessoas em situação de subnutrição, sendo a subida dos preços dos bens alimentares uma das causas.

Fonte: O País online

Friday, June 19, 2009

Depois de Mubaze Jumari é a vez do Martin de Sousa Mondlane

Já imaginaram as consequências da dedicação de Mubaze Jumari e Martin de Sousa Mondlane no Notícias? Quem de facto procura protagonismo? Será o vítima do atentado ou aqueles que em vez de condenarem o acto atentetário e clamarem por uma investigação e pela justiça, pensam que o aproveitarão politicamente para o partido a que pertencem?

Martin de Sousa Mondlane, não quer espalhar propagandas dissuadindo aos moçambicanos quanto ao atentado à pessoa de Daviz Simango, Presidente do MDM. Martin de Sousa como quem diz que o atentado perpetrado por elementos da Renamo bem identificados, foi simulado por Daviz Simango, escreve o seguinte:

“Foi através do Hi5 que o Daviz me anunciou o “Atentado de Golpe” e me anunciou que a “democracia em Moçambique está cada vez mais a deteriorar-se, só você pode salvar Moçambique.”

Afinal qual é o problema de ter sido o Daviz a escrever aos amigos ao que lhe aconteceu em Nacala-Porto? Será difícil que o atentado tem o único objectivo de deteriorar a democracia? O que diz o próprio Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama após o atentado não é suficiente para entender que é a democracia que está sendo ameaçada? Não foi aquilo antes um atentado à democracia, à liberdade?

Ora, foi no mesmo dia que Daviz mandou mensagem aos amigos, mas foi antes ou depois do acontecimento? A que horas Daviz escreveu aos amigos?

Na minha página a mensagem entrou as 19 h 34 min. A reportagem nos órgãos de informação diz que o atentado ocorreu por volta das 14 horas e imediatamente Daviz Simango foi levado pela polícia em protecção, a mesma que o escoltou à Cidade de Nampula. Antes, às 15 h 24 min, eu já tinha recebido a informação sobre o ocorrido directamente de um testemunha. Falo de que estava no local, na Zona dos Eucalíptos, veja aqui.

Martin de Sousa escreve ainda:

“Estou a tentar dizer que é fácil “entregar” o atentado ao Dhlakama e seus sequazes tendo em conta que, “visivelmente”, foram homens “identificados” como da Renamo que perpetraram o atentado; mas não seria idiotice pensar que, apesar daqueles actores, o atentado pode ter sido cozinhado noutras bandas e por outras cabeças que não de Dhlakama e seus sequazes, principalmente quando analisamos o aproveitamento político que o MDM e seu líder deram ao facto.”

Mas se compatriotas como Mubaze Jumari e Martin de Sousa Mondlane têm dúvidas sobre o ocorrido em Nacala-Porto, porquê não clamam primeiro por uma investigação que escrever suposições que mostram uma falta de espírito humanista e até certo modo ilibar os perpetradores do atentado? Porquê cometerem mais um atentado não só a Daviz, mas também aos nossos corações?

Ver também no Reflectindo:

Thursday, June 18, 2009

Martin de Sousa Mondlane

Contornos de uma conspiração teorizada

Por MARTIN DE SOUSA MONDLANE

Detesto violência. Abomino quem faz da violência um modo de vida. Abomino mais ainda quem use a violência para se projectar, aparecer, ou fazer passar a sua imagem/ideais. O assunto político de momento é o acto vil consubstanciado numa pretensa tentativa de assassinato protagonizada, alegadamente, por membros da Renamo a mando, ao que se diz, de Afonso Dhlakama.
Maputo, Sexta-Feira, 19 de Junho de 2009:: Notícias
Ando com a cabeça às voltas para perceber como se pode falhar na intenção de matar alguém, nas circunstâncias em que as coisas são nos dadas a conhecer.

Continuo a pensar que o fracasso de uma tentativa de assassinato, principalmente quando o tentador é um dos principais adversários, representa sempre um capital político forte. Atrai simpatias, solidariedade e pena.

A génese do MDM e da popularidade do seu líder está nesses sentimentos. Ao ser excluído da corrida eleitoral, Daviz Simango angariou simpatias e solidariedade das gentes da cidade da Beira. Daviz Simango foi acolhido pelas bases da Renamo e por muitos sectores beirenses quando foi desamparado por Afonso Dhlakama e seus sequazes.

É um facto que para os desafios que se avizinham, o expediente de coitadinho traído pela cúpula da Renamo não chega para atrair simpatias, solidariedade e apoios. É necessário um forte trabalho ideológico. Quando este se mostra insuficiente há que recorrer a outros. E porquê não um atentado?

Um atentado reagrupa os grupos de solidariedade. Um atentado choca. Um atentado mobiliza. As primeiras pessoas que neste contexto se aperceberam disso foram os próprios membros do MDM. Foi o próprio Daviz. Trato-o assim porque é meu amigo no Hi5. Foi através do Hi5 que ele me anunciou o sucedido, no mesmo dia em que os factos ocorreram. Foi através do Hi5 que o Daviz me anunciou o “Atentado de Golpe” e me anunciou que a “democracia em Moçambique está cada vez mais a deteriorar-se, só você pode salvar Moçambique.”

É evidente como eu faria para salvar Moçambique.

Tenho discutido este assunto com vários amigos e alguns são unânimes em dizer que de todo este cenário, só uma parte saiu a ganhar. Não me parece difícil de adivinhar qual.

Portanto, mais do que lamentar o sucedido, o MDM tratou de capitalizar o máximo possível o sucedido em Nacala. Tratou de mobilizar as massas para a sua causa.

Estarei a tentar dizer que o atentado não aconteceu? Não, de todo não. Estou apenas a sugerir que olhemos para este acontecimento de outros ângulos. Estou a seguir um trilho deixado pelos acontecimentos anteriores ao atentado, os dados obtidos após o atentado e o efeito balão de oxigénio que este representa.

Estou a tentar dizer que é fácil “entregar” o atentado ao Dhlakama e seus sequazes tendo em conta que, “visivelmente”, foram homens “identificados” como da Renamo que perpetraram o atentado; mas não seria idiotice pensar que, apesar daqueles actores, o atentado pode ter sido cozinhado noutras bandas e por outras cabeças que não de Dhlakama e seus sequazes, principalmente quando analisamos o aproveitamento político que o MDM e seu líder deram ao facto.

Mas seja como for, seja quem for que preparou e executou é de todo condenável. Repugna-me tanto a ideia de se “forjar” um atentado como instrumento mobilizador com a ideia de, tendo sido a Renamo, pugnar pela eliminação física ou, em última análise, pela intimidação dos concorrentes ao invés de eliminá-los e ou amedrontá-los com planos e ideias convincentes que demonstrem uma Renamo preocupada com a Nação.

Em comentário a carta à moda antiga que o Mapengo escreveu a Ivone Soares acerca da “Teoria de Culpabilizar os Outros”, alguém comentou que a Renamo ainda não se constituiu como alternativa para a governação deste país. Esta constatação resulta do vazio de ideias que caracteriza a Renamo.

Mas, para além do vazio ideológico, as conhecidas zaragatas internas, desorganização e falta de democracia interna têm nos sido servidos em doses cavalares. É interessante pensar como um partido em si desorganizado pode pensar, planificar e tentar executar a ideia de eliminar o Daviz. Isto a suceder seria a primeira vez que a Renamo nos demonstra alguma capacidade de pensar, planificar e executar. Seria uma novidade como é novidade entre nós eliminar fisicamente adversários políticos nos dias que correm.

Política não é campo privilegiado da santidade. Antes pelo contrário.

Diz o Mapengo que “alguns defendem que a política tem que ser limpa (?!).” Assim (contextualizando no caso em apreço), “se os outros, neste caso a Renamo, aparecem a fazer jogo sujo tentando eliminar fisicamente um adversário político, é lógico que perde a cotação por parte dos que têm essa ilusão” de que a política tem que ser limpa.

Fonte: Notícias

Confirmados seis pré-candidatos às presidenciais

A manifestação de interess­se de concorrer às elei­ções presidenciais de Ou­tubro deste ano regista um total de seis pré-candidatos até agora confirmados que vão disputar a Presidência da República em Outubro próximo.
A última confirmação foi a de Raul Domingos, presidente do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento em entrevista exclusiva ao “O País” datada da última sexta-feira.

Até quinta-feira última contava-se com cinco candidatos, a saber, Armando Emílio Guebuza, do partido Frelimo; Afonso Macacho Marceta Dhlakama, da Renamo; Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Jacob Salomão Neves Sibindy, do Bloco da Oposição Construtiva (BOC); José Ricar­do Viana Agostinho, da União dos Democratas de Moçambique - Partido Popular (UDM-PT).

Conhecidos alguns manifestos eleitorais

De acordo com a informação fornecido pelo porta-voz da Fre­limo aquando do término da Terceira Sessão Extraordinária do Comité Central, na Matola, Armando Guebuza vai apostar por um manifesto baseado na continuidade, cujas balizas cen­trais estão viradas para a redu­ção da pobreza absoluta através da promoção sustentável da cria­ção de um ambiente favorável ao investimento e desenvolvimento do empresariado nacional e in­ternacional; desenvolvimento cada vez mais descentralizado priorizando o distrito e as zonas rurais, para permitir a redução das assimetrias entre o campo e a cidade, bem como o desequilí­brio regional.

Para além destes aspectos, fo­caliza-se na chamada valorização da cultura de paz, no combate à corrupção, ao burocratismo e à criminalidade.

Por seu turno, Daviz Simango, de acordo com as decisões do Conselho Nacional do MDM, nestas eleições vai apostar no combate ao desemprego, falên­cia de empresas, redução do poder de compra dos cidadãos, discriminação económica e po­lítica, partidarização do Estado e chantagens permanentes aos funcionários do Estado e a exclu­são social. Assim, o “galo” pro­mete promover um regime de democracia participativa, estado de direito, administração públi­ca profissional, solidariedade social, credibilidade da justiça, defesa da propriedade privada e impostos ao serviço da promo­ção do desenvolvimento.

Já José Viana disse que ele e seu partido vão concorrer para acabar com a injustiça social, desigualdades, falta de oportu­nidades, desemprego desrespeito pelos moçambicanos, nepotismo e enriquecimento ilícito.
Na opinião deste político, há uma necessiadae de criar uma alternativa política para este país que jaz na corrupção e outros problemas que acredita serem da culpa do governo-dia.

Yáqub Sibindy prevê a criação do Ministério das Terras, alega­damente com vista a racionali­zar os 36 milhões de terra ará­vel e distribuir equitativamente às cerca de 3,6 milhões de fa­mílias existentes em Moçambi­que, de acordo com o Censo Populacional e Habitacional de 2007. Com efeito, a governação construtiva elegeu a terra e a família como pólo de desenvol­vimento sustentável. Por outro lado, a governação inclusiva promete introduzir políticas sobre o uso e aproveitamento de águas, construindo rios ar­tificiais, a fim de “assegurar o armazenamento e reserva da água em todo o território na­cional, garantindo três campa­nhas agrícolas por ano e o fo­mento da aquacultura”.
Com o Ministério das Águas, a Oposição Construtiva diz pre­tender, igualmente, eliminar as constantes secas e cheias que as­solam o país.

Renamo poderá inspirar-se no anterior manifesto

Apesar de não se conhecer os manifestos deste ano, a Renamo e o PDD poderão inspitar-se em grande medida nos seus manifes­tos apresentados em 2004. Nesse ano, o manifesto eleitoral da Re­namo visava, entre outros aspec­tos, o fortalecimento da igual­dade de oportunidades, coesão nacional e resgate da dignidade do povo moçambicano, transfor­mação de Moçambique num país mais justo, livre, coeso, seguro e próspero, cujo desenvolvimento seja sustentável e que garanta a construção e consolidação de um estado de direito.

Fonte: O País online

Monday, May 25, 2009

Em Sussundenga: Crentes acusam padre de aliciamento politico

CRENTES da Igreja Católica no distrito de Sussundenga, em Manica, contestam a atitude do padre Timóteo Bochono, de nacionalidade burkinabe, acusando-o de estar a alicia-los para aderirem ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), liderado por Daviz Simango.

Com efeito, e segundo as nossas fontes, desde finais de Março do ano em curso que aquele religioso serve das homilias dominicais para promover uma campanha a favor do MDM.

“No passado dia 16 de Maio, o padre Cochono convidou-nos para um encontro que julgávamos que fosse para tratar de assuntos ligados à igreja. Para o nosso espanto, o encontro que decorreu na Sala Paulo II, foi orientado por uma brigado do MDM proveniente da cidade da Beira . Eles disseram-nos que os jovens não se deviam deixar levar pelas mentiras da Frelimo e da Renamo e que o líder do MDM estaria em condições de apoiar os jovens com bicicletas e outros meios que tem vindo a receber de parceiros europeus que não nomeou. Aliás, um funcionário da FDC aqui em Sussundenga, distribui recentemente 140 destes meios aos chefes das comunidades da igreja nos postos administrativos de Rotanda e Dombe, para a mobilização da população a favor do MDM. O que nós sabemos é que a FDC é uma organização da mamã Graça Machel e é uma ONG apartidária e não faz sentido que esse funcionário esteja a denegrir a boa imagem que a FDC tem dentro e fora do país”, desabafo do crente Lucas Sagula.

A mesma fonte avançou com informações segundo as quais o Arcebispado da Beira estaria em frente destas acções que estão a criar um mal-estar no seio da comunidade católica em Sussundenga.
A administradora distrital, Mariazinha Niquice, disse não ter tomado conhecimento da distribuição das referidas bicicletas, facto que sugere que tal acção tenha sido levada a cabo sem o conhecimento das autoridades administrativas locais.

“Nós sabemos que a mais alta hierarquia da Igreja Católica na Beira, sempre teve simpatias com a Renamo e que agora simpatiza-se com o projecto político do MDM, de Daviz Simango. O mais grave é a utilização das homilias para fins eleitorais. Todo o cidadão é livre de filiar-se a qualquer que seja o partido político. O que não é aceitável é utilizar a igreja para promover campanhas políticas e aliciamentos”, palavras de Júlia Tenesse, também crente.

Todas as tentativas encetadas para ouvir a versão do padre burkinabe foram infrutíferas, embora esforços estejam a ser desenvolvidos para auscultar o seu posicionamento.

Fonte: Jornal Notícias

Thursday, May 21, 2009

Partido de orientação “divina” vai concorrer no pleito eleitoral

O ANTIGO presidente da LINK - Fórum de Organizações Não-governamentais, José Viana, lançou na quarta-feira, no município da Matola, província do Maputo, o seu partido político, denominado União dos Democratas de Moçambique (UDM), que vai concorrer às eleições gerais e provinciais agendadas para 28 de Outubro próximo.

Segundo Viana, a UDM é uma congregação de todos os moçambicanos que se sentem injustiçados pelas políticas adoptadas pelo Governo moçambicano.

Viana disse a jornalistas que a UDM é um partido que segue orientações divinas, seguindo os princípios de “Deus Todo Poderoso”.

“Democratas são todos os moçambicanos que se julgam injustiçados nos seus mecanismos de socialização. A União dos Democratas não é uma união de partidos políticos, mas sim do povo sofredor, aquele que está injustiçado pelas políticas do Governo, como o desmobilizado de guerra, que defendeu esta pátria e não tem nenhuma recompensa, os combatentes da luta armada que compulsivamente são postos na reserva, os agentes da segurança privada que passam noites sem nenhuma segurança”, explicou.

Viana acrescentou que foram esses moçambicanos que se sentiam revoltosos que o encorajaram a criar o partido. “Isto significa a revolta do povo moçambicano”.

Segundo ele, UDM vai concorrer a todos os pleitos eleitorais previstos para este ano no país e já garantiu que será o presidente de Moçambique nos próximos cinco anos, apesar de não contar com financiamentos para a actividade eleitoral, sobretudo a campanha.

“Não estamos preocupados com apoio financeiro e nem morais carnais. Nós temos a devida orientação de Deus, nós temos todo o apoio que é a ordem e decisão que provêm de Deus. Vamos concorrer às eleições provinciais, vamos às legislativas e eu serei o presidente de Moçambique a partir do próximo ano, mesmo sem apoio material porque toda a riqueza vem de Deus, o dinheiro que as pessoas possuem provém de Deus”, sublinhou.

No seu discurso, Viana vincou que vai governar o país na base da orientação divina e já diz que vai abolir a laicidade do país, tornando Moçambique num país religioso, em que os moçambicanos temem a Deus. A Constituição define Moçambique como um país laico.

“Vou dirigir este país na base da orientação divina porque todos devem ser tementes a Deus em toda a sua plenitude. Esta Constituição da República que temos será banida, porque separa o homem de Deus e isso não pode ser”, disse.

GOVERNO INCLUSIVO

Porém, Viana garantiu que o seu Governo será inclusivo, em que os moçambicanos vão dirigir o seu próprio país.

As ameaças do presidente da UDM continuaram, tendo dito que os actuais órgãos eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) serão dissolvidos, alegadamente porque a maior parte dos elementos que os compõem estão ao serviço do partido no poder, a Frelimo.

De tudo que Viana disse, o mais estranho foi o facto de ter sublinhado que é da Frelimo, tendo chegado ao ponto de mostrar o cartão daquele partido.

“Eu sou filho da Frelimo, filho de combatente da luta de libertação nacional. A UDM é uma continuidade dos ideais de Samora Machel e de Eduardo Mondlane, portanto, é uma réplica da Frelimo. Nós somos o acrónimo maiúsculo da Frelimo”, sublinhou.

Ainda não é conhecido o número de membros que a UDM possui. A força política recém-criada ainda não tem sede, apesar dos estatutos referirem que a mesma estará em Maputo, devendo ter representatividade noutros pontos do país.

“Fizemos o registo dos membros que fazem parte do nosso partido e neste momento são mais de 20 milhões de pessoas. Temos representação em todo o país e a nossa sede é o coração de todos os moçambicanos filhos de Deus injustiçados”, referiu.

José Ricardo Viana foi presidente da LINK e diz ter abandonado aquele fórum de organizações da sociedade civil por estas entidades estarem alegadamente corrompidas pelo Governo e pela Frelimo.

De referir que Viana escreveu uma carta para o antigo director do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), Gregório Leão, a denunciar suposta subversão e ligações entre partidos da oposição e várias organizações da sociedade civil.

Nas referidas cartas, Viana denunciava, ainda, que a Organização não-governamental Kulima, do activista italiano Domenico Liuzzi estava a agitar a sociedade civil contra o Governo moçambicano e que a mesma entidade canalizava fundos dos seus projectos para apoiar a Renamo.

Questionado sobre os resultados das suas denúncias, declinou ter escrito tais cartas e se defendeu “não respondo isso, a Frelimo é que fez isso e vocês (jornalistas) também conhecem o assunto por isso foram enviados para me perguntar sobre isso”.

A UDM foi constituído no dia 16 de Maio de 2009, tendo indicado Viana como presidente. Em breve serão indicados o respectivo secretário-geral, bem como os componentes dos órgãos daquela força política, que oportunamente serão empossados.

AIM

Fonte: Jornal Notícias

Tuesday, May 19, 2009

No círculo eleitoral da Zambézia : Sessenta mil membros filiam-se ao MDM

SESSENTA mil membros de vários estratos sociais acabam de filiar se ao Movimento Democrático de oçambique (MDM) de Daviz Simango no circulo eleitoral da Zambézia, esperançosos de uma governação transparente e inclusiva, onde todos tem lugar para contribuir para o desenvolvimento socioeconomico e cultural do pais.

O delegado Político do Movimento Democrático de Moçambique na Zambézia, Margarido Abrantes, disse há dias à nossa Reportagem que não constitui verdade as alegações segundo as quais o partido tem inserção apenas nos centros urbanos. O nosso entrevistado que acaba de regressar de uma périplo que o levou sucessivamente à vários distritos com a excepção de Chinde e Inhassunge disse que o partido está representado a nível dos distritos, não em termos de uma pessoas que coordenada as actividades, mas já tem sedes próprias, membros e recursos materiais e financeiros para funcionar.

A aderência dos membros ao partido é extremamente surpreendente. Abrantes afirmou que para além dos que vem da Renamo e Frelimo, a qualidade dos membros é igualmente boa, sobretudo, jovens academicos com visão e perspectivas de como o pais deve ser governado, pretendem usar o seu potencial intelectual para contribuir para o desenvolvimento do pais.

“Apesar disso ser extremamente bom, devo dizer igualmente as idéias que os membros trazem, independentemente de ter ou não escolas são muito importantes para definir a nossa estratégia eleitoral; por isso, eu disse que temos membros de todos os estratos sociais e profissionais; filiaram-se ao nosso partido porque vê o MDM como a única salvação e alternativa de governação do país; estão fartos de serem excluídos e marginalizados e querem uma oportunidade para provar as suas capacidades de pensar e saber fazer bem as coisas”, disse o nosso entrevistado para que o partido já está a trabalhar na mobilizar de mais membros nos Postos Administrativos e Localidades da província da Zambézia para também namorar os indecisos. Alias, a fonte disse igualmente que uma parte significativa desses membros que o partido angariou desde a sua apresentação pública há dois meses são os chamados indecisos que acham que agora chegou a altura de tomar uma decisão para sua participação da vida política como cidadãos conscientes.

“Os cidadãos perderam a esperança da Renamo e a alternativa para salvar o pais é o MDM que no seu programa apresentado publicamente traça as linhas mestras de um verdadeiro combate a pobreza; não combater pobreza de discursos políticos; é um programa pragmático”, disse Margarido Abrantes para depois acrescentar que a principal mensagem transmitida que está cativar as pessoas a filiarem se ao MDM é de um “Moçambique Para Todos” pelo facto de o partido no poder estar alegadamente a excluir muita gente da sua governação, a exemplo do que está acontecer com actual governação do partido Frelimo na Zambézia que ignorou todos os Zambezianos.

“A Frelimo em trinta e cinco anos não trouxe mudanças na política económica e só está a forçar os cidadãos, incluindo os funcionários públicos a acreditar todo quanto dizem quando na verdade está longe da realidade; a Renamo não conseguiu devolver aos cidadãos moçambicanos o bem estar social; então, nessa perspectiva o MDM aparece como o partido que vai salvar o país que está a beira do colapso”, disse.

Segundo Margarido Abrantes, a pobreza em moçambique só poder combatida com a alocação de infra-estruturas nos locais onde existem os recursos naturais por forma que esse potencial seja utilizado para dar emprego aos cidadãos. Apontou com exemplo, o ramo da madeira onde estão envolvidos muitos dirigentes políticos que ao invés de pagarem salários justos exploram os seus compatriotas para além de estarem a dizimar as florestas e a aumentar a pobreza absoluta que não se cansam de afirmar que estão a combatê-la. “Os chineses levam as quantidades de madeira que quiserem sem pagar impostos mas o governo continua impávido e sereno; um cidadão que quer tirar madeira para fazer um banco e vender e comprar pão para a sua família é preso; é um autentico contraste”, disse.

Todos esses males só podem ser combatidos por alguém que foi educado dentro de uma cultura de respeito e amor ao próximo. Segundo o delegado Político do MDM, essa pessoa só pode ser o Presidente do MDM o jovem engenheiro Daviz Simango que já tem créditos firmados na praça pública que é uma pessoa comprometida com o desenvolvimento do pais.

Entretanto, no dia da apresentação pública o campo de futebol da sagrada ficou lotado por completo e não havendo espaço para meter sequer uma agulha. Há muita expectativa em torno do movimento criado pelo Daviz Simango considerado pelos jovens como a única esperança para os seus múltiplos problemas, nomeadamente, falta de emprego, formação profissional, oportunidade de estabelecimento de negócios. Os financiamento para desenvolver negócios são para pessoas localizadas, escolhidas a dedos.

Entretanto, dentro de poucos dias arranca a capacitação dos fiscais e membros que irão trabalhar em Outubro nas Assembléias de Voto em matérias do pacote eleitoral.

Jocas Achar

Fonte: Jornal Notícias

Tuesday, April 28, 2009

ANC venceu mas perdeu terreno nas eleições de 22 de Abril

África do Sul

* Aliança Democrática conquistou 77% dos votos dos emigrantes * Comentador explica fracasso do Cope

Pretoria (Canal de Moçambique) - Embora tenha arrecadado 65,9% dos votos nas eleições legislativas nacionais, o ANC não conseguiu alcançar a almejada maioria parlamentar de 2/3, que lhe permitiria alterar a Constituição de 1994. Nas eleições de 22 de Abril, o ANC conquistou 11.650.748 dos 17.680.729 de votos depositados pelos eleitores, o que lhe confere o direito a dispor de 264 assentos no parlamento. A nível provincial, o ANC venceu em todas as províncias, excepto a do Cabo Ocidental que foi conquistada pela Aliança Democrática.

A Aliança Democrática passará a ter 67 assentos no Parlamento nacional, o Congresso do Povo (Cope) 30, e o Partido Inkatha da Liberdade (IFP) 18.

O Movimento Democrático Unido, a Frente da Liberdade (FFP) e os Democratas Independentes terão cada um 4 lugares no Parlamento.

O Partido Africano Cristão Democrata conquistou 3 assentos no Parlamento nacional.
O Partido Cristão Democrático Unido obteve dois lugares e o Congresso Pan-Africanista da Azânia (PAC) um lugar.

Pela primeira vez, o eleitorado representado nos diversos círculos eleitorais reservados a emigrantes foi autorizado a participar nas eleições de 22 de Abril. Dos 9.857 eleitores registados junto de embaixadas sul-africanas no estrangeiro, 7.581 (ou 77%) votaram na Aliança Democrática. A Frente da Liberdade (FPP), que juntamente com a Aliança Democrática e outros partidos se havia batido pela consagração do direito de voto dos emigrantes na Lei Eleitoral, obteve apenas 270 votos.

Cope não materializou expectativas criadas

A grande expectativa das eleições deste ano era o futuro da Aliança Democrática de Helen Zille como principal partido da oposição em face do aparecimento na cena política sul-africana do Cope, formação resultante de uma cisão no seio do ANC. Conforme refere o comentador Rapule Tabane do semanário «Mail & Guardian» de Joanesburgo, os líderes do Cope afirmavam representar 40% dos membros do ANC que haviam votado em Thabo Mbeki no Congresso do partido no poder, realizado em Polokwane em Dezembro de 2007. Isto sugeria que nas eleições gerais deste mês, o ANC poderia vir a perder a sua hegemonia política. Na prática, as expectativas criadas pelo Cope entre o eleitorado não puderam ser materializadas pois o novo partido não só se viu impedido de retirar a maioria ao ANC como também não substituiu a Aliança Democrática como principal partido da oposição da África do Sul.

Rapule Tabane aponta uma série de factores que contribuíram para a derrota sofrida pelo Cope nos plebiscitos deste mês. Segundo o comentador, “a campanha eleitoral do Cope foi erradamente concebida, tendo arrancado tardiamente.” Tabane salienta que “enquanto o ANC começou a promover a imagem de Jacob Zuma entre o eleitorado a partir de Setembro de 2008, em Fevereiro do corrente ano o Cope ainda não havia sequer afixado cartazes dos seus líderes em locais públicos. Quando a campanha eleitoral teve o seu início oficial, o Cope centrou a sua acção entre a classe rica, educada e intelectual” do país.

Segundo o comentador que temos vindo a citar, “o Cope contratou especialistas em relações públicas com vasta experiência em promover a imagem de individualidades entre as classes economicamente sólidas do país, mas que se pautaram pela ausência nas zonas rurais e cidades satélites onde reside a esmagadora maioria do eleitorado.” Mosiuoa Lekota, figura de proa do Cope, “dirigiu encontros com o sector africânder da população branca e representantes das profissões liberais, mas o candidato presidencial do partido, Mvume Dandala, assim como Mbhazima Shilowa, ex-dirigente sindicalista, despenderam pouco tempo a orientar comícios nas cidades satélites e em campanhas de porta-a-porta.”

Embora a Província do Cabo Oriental fosse considerada como o baluarte do Cope, este partido não se esforçou o suficiente para criar delegações nessa parcela do país. O facto do partido ter tardiamente escolhido o reverendo Mvume Dandala como candidato presidencial, preterindo a figura mais conhecida e popular de Mosiuoa Lekota, foi outro factor que contribuiu para a experiência amarga do Cope nas eleições de 22 de Abril. Não obstante esta decisão, a imagem de Lekota foi a que constou dos boletins de voto, e não a do candidato presidencial escolhido pela direcção do partido.
Acrescente-se a esses factores, a particularidade do Cope ter surgido na cena política sul-africana num espaço de tempo relativamente curto em relação à data dos escrutínios nacional e provincial, pese embora o facto de na África do Sul os meios de comunicação com as zonas remotas do país serem de nível sofisticado o que, à partida, não constituiria empecilho de monta para quem quisesse fazer campanha na mira de retirar ao partido poder a maioria que detinha no Parlamento e de se afirmar perante o país como a principal força da oposição.

(Redacção / Mail & Guardian / The Times)

Fonte: Canal de Mocambique


Saturday, April 18, 2009

Macuácua nega que “MDM” reduza a Frelimo a metade

Porta-voz da VII Conferencia Nacional de Quadros do partido governamental em Moçambique, a Frelimo, Edson Macuácua, diz que nenhuma força política com “desígnios externos, caso do MDM”, pode reduzir o partido das massas a metade.

Macuácua reagia assim as alegações do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um partido recém-criado e presidido pelo Edil da Beira, Daviz Simango, segundo as quais um dos objectivos desta formação política é eliminar a Renamo (até aqui principal partido da oposição) e reduzir a Frelimo a metade.

Falando à imprensa, a margem da conferência de quadros da Frelimo que decorre desde Sexta-feira, na cidade industrial da Matola, Macuácua explicou que este posicionamento do MDM é próprio de um partido “atípico” cuja agenda está virada para interesses estrangeiros no lugar de nacionais.

Ademais, segundo soube a AIM do próprio Macuácua, este partido só tem membros praticamente de uma única província, diferentemente da Frelimo que está enraizado em todo o país e que é uma verdadeira escola de que os consensos se buscam num pluralismo de ideias.

“Por isso é que logo que este partido foi constituído, a respectiva liderança correu para a Europa para lançar o seu manifesto, onde até caluniaram o Estado moçambicano”, frisou Macuácua.

Considerando o MDM de “ilegal”, Macuácua adiantou que se este partido estivesse virado para interesses nacionais, não corria para Europa antes de se apresentar as populações nos distritos e províncias moçambicanos.

Macuácua, que também é Secretario para a Mobilização e Propaganda da Frelimo, reiterou que “o MDM é um partido que surgiu de uma cisão, dai que não está para servir os moçambicanos, mais sim para combater ou destruir outros partidos”.

Ele vaticinou que este partido vai desaparecer da mesma forma como apareceu.

“É um partido que se constituiu a partir de deserções e é por deserções que vai desaparecer”, explicou Macuácua.

Macuácua diz não ver nenhum pormenor que lhe possa convencer a dizer que este partido resulta da acção dos moçambicanos, senão de uma cisão dentro da Renamo.

Ele sustentou que “no discurso político do MDM encontramos o ódio e vingança”.

O Presidente do MDM, Daviz Simango, era membro de pleno direito da Renamo, tendo sido expulso desta formação política depois de se ter candidatado como independente nas eleições autárquicas de Novembro passado.

A expulsão do edil da Beira foi o culminar de uma decisão de excluir Simango como candidato da Renamo para a sua auto-sucessão nas últimas eleições municipais, não obstante ter demonstrado “boas” capacidades de gestão durante o primeiro mandato como edil daquela cidade do Centro de Moçambique, a segunda politicamente mais importante do país.

Simango acabou ganhando as eleições, deixando a Renamo sem um único município sob sua gestão. Moçambique possui 43 cidades e vilas municipais.

Retirado do O País.

Friday, April 17, 2009

Guebuza confiante na vitόria da Frelimo

O Presidente da Frelimo, o partido governamental em Moçambique, Armando Guebuza, disse não ter nenhuma sombra de dúvidas de que este partido e seus candidatos vencerão as eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, que pela primeira vez decorrerão, em simultâneo, ainda no presente ano.


“Com militantes deste quilate e o nível de preparação que vislumbramos, a Frelimo e seus candidatos vencerão, uma vez mais, nos próximos pleitos eleitorais”, frisou Guebuza, falando hoje perante milhares de pessoas, entre delegados, convidados e outros participantes, que acorreram a histórica Escola Central da Frelimo, na cidade industrial da Matola, Sul do pais, local onde decorre a VII Reunião Nacional de Quadros deste partido.

“Disso nós temos certeza”, vincou Guebuza, na sua comunicação intitulada “País Construído por Todos e para Todos”, que apresentou na sessão de abertura oficial deste encontro de carácter consultivo.

Antes de manifestar este seu optimismo, Guebuza explicou que a VII Conferencia Nacional de Quadros, que se prolongará até o próximo Domingo, é mais um exercício que visa partilhar as reflexões e experiências trazidas por todos os cantos do país e traduzi-las em ingredientes enriquecedores do projecto deste partido para o próximo ciclo político.



Este projecto, segundo o Presidente da Frelimo, está inspirado e enquadrado no desiderato colectivo de um Moçambique melhor para todos.

Com efeito, os debates levados a esta conferência envolveram milhares de quadros dedicados a causa deste partido, mas pelo seu número elevado, não poderiam, todos eles caber na sala onde decorre a Conferência.

Mesmo assim, estão credenciados mais de 2.152 pessoas, entre delegados e convidados, idos de todo o país e da diáspora.

Esta situação levou Guebuza a afirmar que os militantes presentes na conferência são apenas uma pequena parte da grande maioria de compatriotas dedicados a causa do partido Frelimo e da nação moçambicana.

O Presidente da Frelimo indicou que são estes militantes que, sentindo-se desafiados em garantir a vitória do seu partido e dos seus candidatos, não se fazem de rogados.

Foi desta mesma maneira que, segundo explicação dada por Guebuza, eles tudo fizeram para que a sua Frelimo e os seus candidatos saíssem vitoriosos das eleições autárquicas de 19 de Dezembro passado.

A Frelimo conseguiu maioria em todas as 43 Assembleias municipais e venceu a presidência em 42 municípios.

“A pé, de bicicleta, de motorizada ou de transporte colectivo, fizesse sol ou chuva, de dia ou de noite, os nossos militantes e simpatizantes estavam no terreno a mobilizar e a articular a mensagem de um futuro melhor para Moçambique”, referiu Armando Guebuza.

Mais adiante, ele destacou que “é por isso que a estrondosa e convincente vitoria nesse pleito não foi obra do acaso”.

Ele fez menção a obra deixada pelo falecido Eduardo Mondlane, primeiro presidente da Frelimo (enquanto Frente de libertação na luta contra o colonialismo), e obreiro da unidade nacional, deixando claro que o compromisso que os militantes da Frelimo (partido) tem por um Moçambique melhor é a concretização do sonho deste grande líder.

Pelo seu reconhecimento, o Governo dedicou o ano de 2009 ano especial de Eduardo Mondlane.

Ele acrescentou que Moçambique, enquanto continuar a ser guiado pelo governo da Frelimo, também vencerá o flagelo da fome e da pobreza que ainda grassam o país.

Guebuza apelou para que os sectores público e familiar continuassem a servir de exemplo de que a vitória nesta batalha esta inteiramente ao alcance.

De acordo com ele, os moçambicanos já deram provas de sobra da sua tomada de consciência de que o melhoramento da sua condição de vida está sempre dependente do seu trabalho mais do que qualquer donativo ou oferenda de terceiros.

“O nosso povo percebe que não é o boato, a inveja, a calunia e a intriga que geram riqueza no país”, referiu Guebuza, acrescentando, por outro lado, que o povo moçambicano também percebe que o boato, a inveja, a calunia e a intriga são “adubos” que fertilizam e fazem florescer a pobreza.

Para hoje, a conferencia vai se concentrar na análise das últimas eleições, o grau de cumprimento do manifesto eleitoral das eleições gerais de 2004, para além da apresentação e debate, em sessão plenária, de sugestões para a elaboração dos manifestos eleitorais para as eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais.

Fonte: O País