África do Sul
* Aliança Democrática conquistou 77% dos votos dos emigrantes * Comentador explica fracasso do Cope
Pretoria (Canal de Moçambique) - Embora tenha arrecadado 65,9% dos votos nas eleições legislativas nacionais, o ANC não conseguiu alcançar a almejada maioria parlamentar de 2/3, que lhe permitiria alterar a Constituição de 1994. Nas eleições de 22 de Abril, o ANC conquistou 11.650.748 dos 17.680.729 de votos depositados pelos eleitores, o que lhe confere o direito a dispor de 264 assentos no parlamento. A nível provincial, o ANC venceu em todas as províncias, excepto a do Cabo Ocidental que foi conquistada pela Aliança Democrática.
A Aliança Democrática passará a ter 67 assentos no Parlamento nacional, o Congresso do Povo (Cope) 30, e o Partido Inkatha da Liberdade (IFP) 18.
O Movimento Democrático Unido, a Frente da Liberdade (FFP) e os Democratas Independentes terão cada um 4 lugares no Parlamento.
O Partido Africano Cristão Democrata conquistou 3 assentos no Parlamento nacional.
O Partido Cristão Democrático Unido obteve dois lugares e o Congresso Pan-Africanista da Azânia (PAC) um lugar.
Pela primeira vez, o eleitorado representado nos diversos círculos eleitorais reservados a emigrantes foi autorizado a participar nas eleições de 22 de Abril. Dos 9.857 eleitores registados junto de embaixadas sul-africanas no estrangeiro, 7.581 (ou 77%) votaram na Aliança Democrática. A Frente da Liberdade (FPP), que juntamente com a Aliança Democrática e outros partidos se havia batido pela consagração do direito de voto dos emigrantes na Lei Eleitoral, obteve apenas 270 votos.
Cope não materializou expectativas criadas
A grande expectativa das eleições deste ano era o futuro da Aliança Democrática de Helen Zille como principal partido da oposição em face do aparecimento na cena política sul-africana do Cope, formação resultante de uma cisão no seio do ANC. Conforme refere o comentador Rapule Tabane do semanário «Mail & Guardian» de Joanesburgo, os líderes do Cope afirmavam representar 40% dos membros do ANC que haviam votado em Thabo Mbeki no Congresso do partido no poder, realizado em Polokwane em Dezembro de 2007. Isto sugeria que nas eleições gerais deste mês, o ANC poderia vir a perder a sua hegemonia política. Na prática, as expectativas criadas pelo Cope entre o eleitorado não puderam ser materializadas pois o novo partido não só se viu impedido de retirar a maioria ao ANC como também não substituiu a Aliança Democrática como principal partido da oposição da África do Sul.
Rapule Tabane aponta uma série de factores que contribuíram para a derrota sofrida pelo Cope nos plebiscitos deste mês. Segundo o comentador, “a campanha eleitoral do Cope foi erradamente concebida, tendo arrancado tardiamente.” Tabane salienta que “enquanto o ANC começou a promover a imagem de Jacob Zuma entre o eleitorado a partir de Setembro de 2008, em Fevereiro do corrente ano o Cope ainda não havia sequer afixado cartazes dos seus líderes em locais públicos. Quando a campanha eleitoral teve o seu início oficial, o Cope centrou a sua acção entre a classe rica, educada e intelectual” do país.
Segundo o comentador que temos vindo a citar, “o Cope contratou especialistas em relações públicas com vasta experiência em promover a imagem de individualidades entre as classes economicamente sólidas do país, mas que se pautaram pela ausência nas zonas rurais e cidades satélites onde reside a esmagadora maioria do eleitorado.” Mosiuoa Lekota, figura de proa do Cope, “dirigiu encontros com o sector africânder da população branca e representantes das profissões liberais, mas o candidato presidencial do partido, Mvume Dandala, assim como Mbhazima Shilowa, ex-dirigente sindicalista, despenderam pouco tempo a orientar comícios nas cidades satélites e em campanhas de porta-a-porta.”
Embora a Província do Cabo Oriental fosse considerada como o baluarte do Cope, este partido não se esforçou o suficiente para criar delegações nessa parcela do país. O facto do partido ter tardiamente escolhido o reverendo Mvume Dandala como candidato presidencial, preterindo a figura mais conhecida e popular de Mosiuoa Lekota, foi outro factor que contribuiu para a experiência amarga do Cope nas eleições de 22 de Abril. Não obstante esta decisão, a imagem de Lekota foi a que constou dos boletins de voto, e não a do candidato presidencial escolhido pela direcção do partido.
Acrescente-se a esses factores, a particularidade do Cope ter surgido na cena política sul-africana num espaço de tempo relativamente curto em relação à data dos escrutínios nacional e provincial, pese embora o facto de na África do Sul os meios de comunicação com as zonas remotas do país serem de nível sofisticado o que, à partida, não constituiria empecilho de monta para quem quisesse fazer campanha na mira de retirar ao partido poder a maioria que detinha no Parlamento e de se afirmar perante o país como a principal força da oposição.
(Redacção / Mail & Guardian / The Times)
Fonte: Canal de Mocambique
* Aliança Democrática conquistou 77% dos votos dos emigrantes * Comentador explica fracasso do Cope
Pretoria (Canal de Moçambique) - Embora tenha arrecadado 65,9% dos votos nas eleições legislativas nacionais, o ANC não conseguiu alcançar a almejada maioria parlamentar de 2/3, que lhe permitiria alterar a Constituição de 1994. Nas eleições de 22 de Abril, o ANC conquistou 11.650.748 dos 17.680.729 de votos depositados pelos eleitores, o que lhe confere o direito a dispor de 264 assentos no parlamento. A nível provincial, o ANC venceu em todas as províncias, excepto a do Cabo Ocidental que foi conquistada pela Aliança Democrática.
A Aliança Democrática passará a ter 67 assentos no Parlamento nacional, o Congresso do Povo (Cope) 30, e o Partido Inkatha da Liberdade (IFP) 18.
O Movimento Democrático Unido, a Frente da Liberdade (FFP) e os Democratas Independentes terão cada um 4 lugares no Parlamento.
O Partido Africano Cristão Democrata conquistou 3 assentos no Parlamento nacional.
O Partido Cristão Democrático Unido obteve dois lugares e o Congresso Pan-Africanista da Azânia (PAC) um lugar.
Pela primeira vez, o eleitorado representado nos diversos círculos eleitorais reservados a emigrantes foi autorizado a participar nas eleições de 22 de Abril. Dos 9.857 eleitores registados junto de embaixadas sul-africanas no estrangeiro, 7.581 (ou 77%) votaram na Aliança Democrática. A Frente da Liberdade (FPP), que juntamente com a Aliança Democrática e outros partidos se havia batido pela consagração do direito de voto dos emigrantes na Lei Eleitoral, obteve apenas 270 votos.
Cope não materializou expectativas criadas
A grande expectativa das eleições deste ano era o futuro da Aliança Democrática de Helen Zille como principal partido da oposição em face do aparecimento na cena política sul-africana do Cope, formação resultante de uma cisão no seio do ANC. Conforme refere o comentador Rapule Tabane do semanário «Mail & Guardian» de Joanesburgo, os líderes do Cope afirmavam representar 40% dos membros do ANC que haviam votado em Thabo Mbeki no Congresso do partido no poder, realizado em Polokwane em Dezembro de 2007. Isto sugeria que nas eleições gerais deste mês, o ANC poderia vir a perder a sua hegemonia política. Na prática, as expectativas criadas pelo Cope entre o eleitorado não puderam ser materializadas pois o novo partido não só se viu impedido de retirar a maioria ao ANC como também não substituiu a Aliança Democrática como principal partido da oposição da África do Sul.
Rapule Tabane aponta uma série de factores que contribuíram para a derrota sofrida pelo Cope nos plebiscitos deste mês. Segundo o comentador, “a campanha eleitoral do Cope foi erradamente concebida, tendo arrancado tardiamente.” Tabane salienta que “enquanto o ANC começou a promover a imagem de Jacob Zuma entre o eleitorado a partir de Setembro de 2008, em Fevereiro do corrente ano o Cope ainda não havia sequer afixado cartazes dos seus líderes em locais públicos. Quando a campanha eleitoral teve o seu início oficial, o Cope centrou a sua acção entre a classe rica, educada e intelectual” do país.
Segundo o comentador que temos vindo a citar, “o Cope contratou especialistas em relações públicas com vasta experiência em promover a imagem de individualidades entre as classes economicamente sólidas do país, mas que se pautaram pela ausência nas zonas rurais e cidades satélites onde reside a esmagadora maioria do eleitorado.” Mosiuoa Lekota, figura de proa do Cope, “dirigiu encontros com o sector africânder da população branca e representantes das profissões liberais, mas o candidato presidencial do partido, Mvume Dandala, assim como Mbhazima Shilowa, ex-dirigente sindicalista, despenderam pouco tempo a orientar comícios nas cidades satélites e em campanhas de porta-a-porta.”
Embora a Província do Cabo Oriental fosse considerada como o baluarte do Cope, este partido não se esforçou o suficiente para criar delegações nessa parcela do país. O facto do partido ter tardiamente escolhido o reverendo Mvume Dandala como candidato presidencial, preterindo a figura mais conhecida e popular de Mosiuoa Lekota, foi outro factor que contribuiu para a experiência amarga do Cope nas eleições de 22 de Abril. Não obstante esta decisão, a imagem de Lekota foi a que constou dos boletins de voto, e não a do candidato presidencial escolhido pela direcção do partido.
Acrescente-se a esses factores, a particularidade do Cope ter surgido na cena política sul-africana num espaço de tempo relativamente curto em relação à data dos escrutínios nacional e provincial, pese embora o facto de na África do Sul os meios de comunicação com as zonas remotas do país serem de nível sofisticado o que, à partida, não constituiria empecilho de monta para quem quisesse fazer campanha na mira de retirar ao partido poder a maioria que detinha no Parlamento e de se afirmar perante o país como a principal força da oposição.
(Redacção / Mail & Guardian / The Times)
Fonte: Canal de Mocambique
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