Saturday, December 10, 2011

DIZER POR DIZER... - Boas vindas, Tagir, ampewé!

Por Pedro Nacuo

SE tivermos muita preguiça podemos dizer que ampewé, significa mais velho, líder, mas daqueles que não são eleitos, eles existem, nascem consensuais, respeitados desde à nascença. Calha que é assim que Tagir (e muita outra gente) me chama e é assim que eu respondo.


Pode ser, na verdade, o caso de Tagir: ter sido muito consensual, mesmo por parte daqueles que não quiseram ou não puderam ir às urnas, por razões que este nosso sistema eleitoral coloca aos eleitores, que já parecem cansados de alguma coisa que não revelam.
Mas esta mensagem é para, na qualidade de como ele me chama, desejar-lhe boas vindas, como o faço normalmente aos hóspedes. Neste caso estamos perante um hóspede que sempre esteve aqui, o jovem que todos conheceram nos seus afazeres na direcção da APIE, ainda em idade precoce, mas que nunca se divorciou da malta, criando-se-lhe momentos de lazer, através de espectáculos por si organizados ou apresentados, bem assim conduzindo, com Holden Guedes (hoje na TVM), em algum momento, o programa da Rádio Moçambique “Antena Juvenil”.
É esse Tagir que é o nosso presidente a quem me dirijo para dar as boas-vindas de um ampewé, sempre irreverente, dizendo-lhe algumas coisas que provavelmente não lhe tenham passado por alturas do acontecimento, tudo em relação às eleições autárquicas na cidade de Pemba.
Pode, Tagir, capitalizar o facto de ter sido o único, desde 1998, a ser escolhido e depois eleito, quase consensualmente.
Assubugy Meagy havia perdido as eleições internas do seu partido. Aliás, estava em terceiro lugar, pois quem ocupava o primeiro era Virgílio Mateus. Mas uma ordem vinda da Comissão Política fez com que aquele fosse o nosso edil na primeira experiência autárquica. Tivemos sorte porque acabaríamos tendo o mais transparente presidente, até aqui conhecido.
Seria substituído por Agostinho Ntauale, cuja aparição foi rodeada de muitas desavenças internas, tendo sido uma mão poderosa que decidiu pela sua escolha e consequente eleição. Tagir (que significa rico nas línguas cá do sítio) trabalhou com Ntauale (um apelativo para o enriquecimento, na língua emakwua), trabalharam juntos.
Animou pelos seus nomes, pois o rico (Tagir), estava sempre ao lado de quem estava, pelo seu nome, a apelar para riqueza (Ntauale) e o novo presidente foi uma espécie de ponta-de-lança.
Ora, chegou a era do Sadique Yacub, um tecnocrata que se esqueceu logo a seguir como havia podido ali estar. Virou as costas àqueles que gostam de ser venerados. Mas do que temos escrito, desta curta história da municipalização, em Pemba, que hoje estamos a revisitar, terá sido o que mais trabalho fez. As contas são as que falam!
Pecou por ter sido muito insubordinável (em política às vezes ser muito justo não é bom) e acabou “adoecendo” sem nenhum atestado médico a dizer que era incapaz de nada!
Ora, Tagir terá vivido todos esses momentos. Tagir pelo menos esteve dentro dos dois mandatos, incluindo o interrompido, desta feita como membro da Assembleia Municipal. É, pois, suposto que tenha acumulado muita experiência de fazer, de estar e saber estar.
Muito crítico, Tagir, enquanto membro da Assembleia Municipal, como aquela sua intervenção na 13ª sessão, em que insurgiu-se contra o então presidente do município, porque defendia que a construção de escolas, hospitais, secretarias e sedes dos bairros, não poderia constar do rol de realizações do edil que estava a despedir-se, porque não vinham planificadas, mas sim, produto de iniciativas fora da edilidade!
Agora chegou a vez de levar os 25 porcento restantes das actividades que Sadique Yacub tinha jurado realizar até ao fim do mandato.
Agora, ampewé! Estude este pequeno historial, para saber posicionar-se e colher os dividendos que a sua imagem de sempre, consensual, lhe oferece, sem esquecer que está a fazer política, antes que “adoeça” no meio do mandato. Um dia qualquer por bem ou por mal, lembrar-se-á do que hoje disse. Nem estou a dizer por dizer!

PS. Anda aí uma mensagem que diz o seguinte: não aprendemos que os lourenços nos levam a derrotas. Foi Djalma Lourenço que não conseguiu ganhar Beira, na primeira vez, depois Lourenço Bulha e agora Lourenço Abubacar, em Quelimane…mas há uma excepção, o Lourenço de Cuamba.
Fonte: Jornal Notícias - 10.12.2011

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