Thursday, January 04, 2007

O General Jacinto Veloso concedeu uma entrevista ao Savana, a-propósito do lançamento do seu livro Memórias em Voo Rasante.

COMENTÁRIO
Por Machado da Graça
O General Jacinto Veloso concedeu uma entrevista ao Savana, a-propósito do lançamento do seu livro Memórias em Voo Rasante.
Uma entrevista em que falou de umas coisas e disse, abertamente, que não estava suficientemente informado sobre outras para delas poder falar.
Na conversa informal que se seguiu à entrevista Jacinto Veloso lembrou uma norma dos serviços secretos que é, se bem recordo as suas palavras, “Nunca mentir mas também nunca contar a verdade toda”. E eu diria que essa norma terá estado presente ao longo de toda a entrevista. Estou pessoalmente convencido de que não me mentiu mas também não tenho dúvidas de que, sobre alguns assuntos, sabia muito mais do que aquilo que revelou.
De qualquer forma este livro e o que nos diz nesta entrevista são importantes para acrescentarmos mais algumas peças ao grande puzzle da História de Moçambique. Puzzle ainda com muitas zonas vazias, à espera de outros livros de memórias de outros participantes no processo histórico moçambicano.
Ele próprio faz o desafio a que outros apresentem as suas perspectivas pessoais, eventualmente diferentes, sobre aquilo que ele recorda. Pensa o seu livro como possível fonte de polémica e debate.
Infelizmente não é isso que tem acontecido até agora. A imprensa, de uma forma geral, tem saudado o livro sem, em nenhum momento, pôr em causa seja o que fôr ou procurar aprofundar alguns dos pontos mais salientes das memórias de Jacinto Veloso. E é pena.
Muitas das fontes conhecedoras da nossa História estão, pela lei natural das coisas, a desaparecer. E pedaços inteiros vão ficando, para sempre, perdidos. Talvez para grande satisfação de uns tantos mas, sem a menor dúvida, para perda de todos nós, que ficamos privados de conhecer muito do que aconteceu, de facto, e porquê aconteceu.
Ao que suponho a lei moçambicana indica que, ao fim de 25 anos, a documentação oficial passa a ser de domínio público. O que, penso, não está a ser cumprido.
Mas, pior que isso, é que essa lei não consegue tornar do domínio público aquilo que não existe no papel e apenas nas recordações de quem viveu os acontecimentos.
São esses que têm que interiorizar a necessidade histórica de nos contarem as suas memórias.
Se não quiserem que as futuras gerações tenham uma visão falsa e deturpada de como nasceu o nosso país e de como viveu os primeiros anos da sua existência independente.
A eles apelo para que, enquanto é tempo, se ponham ao trabalho.
SAVANA - 29.12.2006

3 comments:

Maria Luiza Garcia Nunes said...

Porquê em todos os sites que tenho vistomsobre o desvio do avião da Força A´+erea se dá tão,pouco destque à acção do João Ferreira, quando ambos tiveram iguel coragem nesse acto. Só quem não viveu a ditadura sabe quanta coragem foi precisa par fazer o que eles fizeram. Eu que vivia em Moçambique nesssa época e conheci os dois (melhor o João Ferreira) lamento que ele seja mencionado como uma personagem secundária nessa acção. Alguém me poderá sclareer porquê?
Luiza Nunes

caçador said...

a respeito de esse senhor em primeiro lugar mais um traidor portugues pensou que ia dar melhores condiçoes ao povo maçambicano coisa que até hoje nao acontceu pior sengundo falam foi currupto enquanto esteve no governo expolssaram todo e qualquer moçambicano branco quando nao fuzilavam muito primarios e fui

Anonymous said...

Pensei que eu ia comentar e dizer pura tema, você fez por si mesmo? É realmente impressionante!